ARTIGO ORIGINAL DE TEMA LIVRE OLHE PARA MIM, ESCUTE-ME: NECESSIDADES EM SAÚDE DE HOMENS

August 26, 2016 | Author: Lucca Pedro Lucas Estrada da Cunha | Category: N/A
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Revista Baiana de Saúde Pública

ARTIGO ORIGINAL DE TEMA LIVRE OLHE PARA MIM, ESCUTE-ME: NECESSIDADES EM SAÚDE DE HOMENS Dinara Rute Gomes Silvaa Thiago Brasileiro de Vasconcelosb Melina de Paiva Bezerra Vidala Resumo O estudo teve como objetivo descrever as necessidades em saúde de homens que procuravam o serviço de saúde da atenção básica. Trabalhou-se na abordagem qualitativa de natureza exploratória e descritiva, sendo realizado em três Unidades Básicas de Saúde do município de Quixadá, Ceará, com a participação de 18 homens. Para a coleta de dados, aplicou-se um formulário de entrevista semiestruturado para conhecer o histórico de saúde dos participantes, além da gravação dos relatos. Observouse que os serviços de saúde apresentam-se com traços feminilizados, com enfoque quase que exclusivo à criança, à mulher e ao idoso, e que os homens que frequentam este serviço geralmente procuram atendimento para o controle de doenças já instaladas e pesquisam por remédios. De acordo com as falas analisadas, obteve-se que o homem procura mais ao serviço de saúde com fim curativista e apresenta necessidades que dizem respeito a ter melhor orientação, diálogo, atendimento especializado, alternativas que facilitem o seu acesso ao serviço de saúde e melhor atendimento quanto às desigualdades e burocracias. Conclui-se que há necessidade de debates sobre este tema, com o intuito de criar estratégias que visem o melhor acesso do homem ao serviço de atenção primária. Palavras-chave: Saúde do homem. Atenção Primária à Saúde. Gênero e saúde.

Faculdade Católica Rainha do Sertão – FCRS – Quixadá (CE), Brasil. Universidade Federal do Ceará – UFC – Fortaleza (CE), Brasil. Endereço para correspondência: Dinara Rute Gomes Silva – Rua Coronel Alves Teixeira, 910 – apto. 301 – CEP: 601.30-000 – Joaquim Távora – Fortaleza (CE), Brasil – E-mail: [email protected] a

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LOOK AT ME, LISTEN TO ME: HEALTH NEEDS OF MEN Abstract The study aimed at describing the health needs of men who sought healthcare at the Primary Care. The study was performed by qualitative, exploratory and descriptive study, being carried out in three Basic Health Units in the city of Quixadá, Ceará State, Brazil, with the participation of 18 men. For the data collection, a form of semistructured interview was applied to know the health history of participants and the answers to the guiding questions were recorded and analyzed. It was observed that the presented health services had feminized traits, focusing almost exclusively on children, women, and elderly people. Men who attended the service usually sought treatment to control diseases already installed or to search for remedies. According to the analyzed speeches, it was found that men seek health services looking over curative purposes and they have needs that relate to needs of better guidance, dialogue, specialized care for their health as man, alternatives to ease their access to health services, and improvement in attendance regarding the inequalities and the bureaucracy. In conclusion, there is the need for debate on this topic in order to develop strategies aiming at better access of men to primary care services. Keywords: Men’s health. Primary Health Care. Gender and health.

MÍRAME, ESCÚCHAME: NECESIDADES EN SALUD DE HOMBRES Resumen El objetivo del estudio fue describir las necesidades de salud de hombres que buscaban el servicio de salud de atención primaria. Se ha trabajado en el enfoque cualitativo de carácter exploratorio y descriptivo, que se llevó a cabo en tres Unidades Básicas de Salud del municipio de Quixadá, Ceará, con la participación de 18 hombres. Para la recogida de los datos, se aplicó un formulario de entrevista semiestructurada para conocer el historial de salud de los participantes, aparte de las grabaciones de los relatos. Se observó que los servicios de salud se presentan con rasgos feminizados, centrándose casi exclusivamente en niños, mujeres y ancianos, y que los hombres que asisten a este servicio por lo general buscan atención para el control de enfermedades ya instaladas y buscan por medicamentos. De acuerdo con las hablas analizadas, se obtuvo que el hombre busca más el servicio de salud con fines curativistas y presenta necesidades dirigidas a tener una mejor orientación,

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diálogo, atención especializada, alternativas que faciliten su acceso a los servicios de salud y mejor servicio en cuanto a las desigualdades y burocracias. Se concluye que hay necesidad de debates sobre este tema, con el fin de crear estrategias que mejoren el acceso del hombre a los servicios de atención primaria. Palabras clave: Salud del hombre. Atención Primaria a la Salud. Género y salud.

INTRODUÇÃO Atualmente, é perceptível o crescente número de pesquisas sobre as relações entre masculinidade e cuidado em saúde, as quais focalizam as dificuldades dos homens na busca por assistência de saúde e as formas como os serviços lidam com as demandas específicas do sexo masculino.1 Esses estudos têm sido analisados a partir da perspectiva de gênero, que entende como as condições sócio-históricas constroem e estabelecem as relações sociais de sexo, permeadas pelo poder e pela desigualdade.2 Laurenti, Jorge e Gotlieb3 e o Ministério da Saúde4 destacam que a maioria dos indicadores tradicionais de saúde mostram, com clareza, um índice maior de mortalidade masculina em praticamente todas as idades, principalmente entre a faixa etária de 25 aos 59 anos. Além disso, as esperanças de vida ao nascer e em outras idades são sempre menores entre os homens. Ainda que os indicadores de mortalidade evidenciem situações desfavoráveis para este sexo, os referentes à morbidade, medidos pela demanda aos serviços e por inquéritos populacionais, destacam maior frequência para as mulheres, podendo este ser um indicador da pouca procura por serviços de atenção primária (AP) pela população masculina. A pouca procura dos homens aos serviços de AP os restringe da proteção que lhes é necessária para a preservação de sua saúde e os obriga a realizar procedimentos que poderiam ser desnecessários ou minimizados. Assim, a resistência do homem ao serviço de AP aumenta, havendo, portanto, uma sobrecarga financeira para a sociedade e, principalmente, o sofrimento emocional do mesmo e da família pela luta da vida, conservação da saúde e de sua qualidade.4 Sabendo da importância da procura por estes serviços, cabe-nos, portanto, entender quais as possíveis suposições e/ou justificativas para que ocorra a (in)visibilidade masculina aos serviços de atenção básica (AB). Gomes e Nascimento5 e Figueiredo6 relatam que o homem apresenta uma concepção, predominantemente cultural, de que ser homem

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é ter um corpo resistente, forte e ser invulnerável, caracterizando-o por uma identidade masculina que estaria associada à desvalorização do autocuidado e à preocupação incipiente com a saúde. Por conta deste sentimento, eles procuram menos os serviços e, consequentemente, tornam-se mais vulneráveis a riscos e doenças. Para isso, o Ministério da Saúde criou em 2008 a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH), que veio ao encontro das necessidades em saúde do homem. A PNAISH tem como objetivo sensibilizar os homens das suas reais condições sociais e de saúde, para que assim busquem mais os serviços de atenção especializada a sua saúde e, então, possam exercer sua cidadania e gozar de seus direitos.4 Nesse sentido, objetivou-se descrever as necessidades em saúde do homem que procura o serviço de saúde da AB em um município do sertão central brasileiro. MATERIAIS E MÉTODOS O estudo foi de abordagem qualitativa, natureza exploratória e descritiva. Foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade Católica Rainha do Sertão, sob protocolo 20100181. De acordo com Pope e Mays,7 a pesquisa qualitativa tem como um de seus pontos-chave a possibilidade de estudar as pessoas em seu próprio ambiente, ao invés de locais artificiais ou experimentais. Deste modo, os participantes desta pesquisa foram avaliados dentro do próprio serviço de saúde para que fossem caracterizados quanto às suas queixas clínicas e para identificar as possíveis dificuldades ao acesso do serviço. A pesquisa ocorreu nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município de Quixadá, localizado no sertão central cearense, situado no chamado semiárido nordestino. Houve uma população estimada de 80.447 pessoas; área territorial de 2.019,82 km2 e situado a cerca de 160 km da cidade de Fortaleza, de acordo com o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2009. Atualmente, no referido município, existem 17 UBS, das quais foram sorteadas três para que, posteriormente, fossem realizadas as coletas de dados durante o período de fevereiro a abril de 2011. Como

critérios

de

inclusão,

participaram

do

estudo

homens

que

apresentassem o cognitivo preservado, com intuito de certificar a capacidade de entender e responder aos questionamentos; e que estivessem na faixa etária desejada, ou seja, de 25 a 59 anos, independente do estado civil, da raça, do estado socioeconômico, do nível de escolaridade e da presença de doenças crônicas.

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O critério de idade foi escolhido de acordo com a PNAISH,4 a qual refere que os homens nesta faixa etária são os mais propensos a desenvolverem doenças e agravos à saúde. Foram utilizados como critérios de exclusão os idosos que não completaram todas as perguntas do questionário, e aqueles que apresentassem algum transtorno mental ou doença crônica que comprometesse o cognitivo. Após o sorteio das três UBS (U1, U2 e U3), foram realizadas visitas de observação participante em cada uma delas para se familiarizar com o serviço de saúde. Foram registradas informações em um diário de campo para posterior análise. Para a realização deste diário, foram tomadas precauções para que se pudesse garantir que as análises dos dados não fossem meramente ideológicas da pesquisadora, visando à eliminação de impressões emotivas, deformações subjetivas e interpretações fluidas. Vale salientar que o sorteio das UBS foi realizado às cegas por um pesquisador, sendo escolhidas três que foram estudadas durante três meses. Em seguida, aplicou-se aos participantes um formulário de entrevista semiestruturado na própria UBS. Ressaltamos que nos casos em que o participante desejou mudar o local da entrevista, a pesquisadora se dirigiu até a localidade combinada. O instrumento de coleta de dados foi composto de informações de identificação, histórico de saúde e necessidades de saúde, as quais foram baseadas conforme o que é recomendado pela PNAISH.4 A entrevista semiestruturada é composta de questões abertas que definem a área explorada no contexto, propondo diversas possibilidades de trajetórias dependendo das respostas explanadas, objetivando desvendar a estrutura das percepções próprias de quem está respondendo.8 Posteriormente, registrou-se uma entrevista com um gravador (Sony® icd-px312), na qual os participantes depuseram sua opinião sobre as perguntas norteadoras da entrevista e responderam aos questionamentos do estudo. As perguntas orientadoras para a realização da entrevista foram: a) O que você procura neste serviço de saúde?; b) Você sente que este serviço de saúde atende às suas necessidades?; c) Fale sobre como sua saúde é tratada neste serviço; d) Você conhece a PNAISH?.

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Essas questões foram criadas com o intuito de conhecermos a opinião dos homens que procuram o serviço de saúde da AB, ademais foram acrescentados questionamentos de cunho pertinente, como, no caso, o conhecimento da PNAISH. Para Martins e Lintz9 e Minayo,10 a entrevista conceitua-se como uma técnica de pesquisa para coleta de dados, cujo objetivo é perceber o significado que os entrevistados atribuem a questões e situações, sendo uma tática potencialmente usada como recurso da pesquisa de campo. É, acima de tudo, um diálogo a dois, desempenhado por iniciativa do entrevistador designado a estabelecer informações pertinentes para o objeto de pesquisa e abordagem pelo entrevistador. Ressalvamos que, antes da aplicação da entrevista, realizou-se um pré-teste para que fosse possível evidenciar possíveis falhas das perguntas a fim de se assegurar a validade e precisão das respostas adquiridas. Após a coleta de dados, a pesquisadora ouviu todas as respostas e transcreveuas utilizando o programa Word for Windows versão 2007, para que posteriormente fosse realizada sua análise dos discursos. Para a análise dos depoimentos dos participantes, a pesquisadora empregou a análise de conteúdo dos mesmos e os agrupou em temáticas, conforme a Análise de Conteúdo de Bardin,11 que é definida como: Um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter, por procedimentos, sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção [...] destas mensagens.

Bardin11 preconiza a organização de dados nas diferentes formas de conversação, por meio da elaboração de fases e etapas para que se possa chegar a um resultado que seja estruturalmente organizado. Sua metodologia é composta de três fases básicas e diversas alterações, em que é possível a análise dos relatos dos sujeitos, de acordo com o objetivo do estudo e seus questionamentos. A primeira fase da pesquisa é a pré-análise, na qual são feitas leituras flutuantes para que seja realizada a seleção de documentos a serem submetidos à análise, formulação das hipóteses e dos objetivos. Na segunda fase, ocorre a conclusão do preparo do material para a análise em termos de operação de codificação, desconto ou enumeração no emprego de regras previamente formadas. Na finalização, ocorre a interpretação dos dados, em que se recomenda que os resultados sejam instituídos conforme os objetivos propostos ao estudo.

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RESULTADOS Participaram do estudo 18 homens, divididos igualmente por cada UBS, que buscaram o serviço de saúde na rede de AB do município estudado. Os participantes tinham idade entre 25 e 59 anos, com média de 35,5 anos. As ocupações relatadas eram diversas, tais como professor, educador social, aposentado, servente, agricultor, vigilante, mototaxista, frentista e promotor de vendas. Quixadá, no Ceará, foi a cidade natal mais citada, porém observou-se usuários de Banabuiu, no Ceará, e Salvador, na Bahia. Em relação ao estado civil, a procura ao serviço de saúde se deu em maior parte entre homens casados (66,67%; n=12), solteiros (27,78%; n=5) e divorciados (5,55%; n=1), podendo ser uma evidência de que os homens casados estão mais preocupados com sua saúde e procurando mais o serviço. Sobre a quantidade de filhos, 33,33% (n=6) tinham um; 27,78% (n=5) não possuem; 16,65% (n=3) tinham dois; 11,1% (n=2) têm três, proporção que se repete para os que possuem quatro ou mais filhos. A escolaridade que predominou foi de ensino médio completo (33,33%; n=6), seguida pelo ensino médio incompleto (22,2%; n=4), ensino fundamental completo, ensino superior completo e incompleto predominaram em 11,1% (n=2) cada; 5,55% (n=1) foi a proporção que se repetiu entre os que tinham o ensino fundamental incompleto e os analfabetos. Quanto à renda familiar da maioria dos participantes, 50% (n=9) relataram ter de dois a quatro salários; 38,9% (n=7) dos homens recebem um salário mínimo e 11,1% (n=2) não apresentavam renda. Quando questionados sobre há quanto tempo realizavam a procura ao serviço de saúde, observamos que 33,33% (n=6) dos participantes procuravam há cerca de 20 anos; 5,55% (n=1) há 15 anos e 61,12% (n=11) há dez anos a dois meses. Analisando que a idade média do estudo foi de 35,5 anos, este último dado nos alerta para a busca tardia do homem ao serviço de saúde. Entre as doenças mais frequentes na família, 20% (n=5) dos participantes relataram ter parentes com diabetes melito (DM), proporção que se repete para o câncer de próstata; 16% (n=4) deles tinham familiares com problemas cardíacos, mesma proporção para hipertensão; 12% (n=3) não apresentavam familiares com algum tipo de doença; 8% (n=2), câncer de mama; 4% (n=1) deles informaram que tiveram parentes com acidente vascular encefálico (AVE) e a mesma proporção relatou em sua família apresentar um parente com câncer de nariz. Em relação às doenças que os participantes apresentavam, 55,56% (n=10) disseram não apresentar algum tipo de doença crônica. Os participantes restantes que

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afirmaram apresentar algum tipo de agravo à saúde citaram, por exemplo, hipertensão arterial sistêmica (HAS), artrose, DM, pneumonia (PNM), hérnia discal, dermatose, asma, hipercolesterolemia, escoliose, arritmia e problemas na próstata. A respeito dos participantes que apresentavam algum parente com CA de próstata, 27,78% (n=5) disseram ter e 72,22% (n=13) não apresentavam. Entre estes homens, apenas 5,55% (n=1) deles já tinham realizado os exames de toque retal e antígeno prostático específico (PSA), os outros 94,45% (n=17) nunca realizaram e alguns destes sequer sabiam o que era o exame ou a pretensão deste, mostrando a desinformação do que é o exame e de quando deve ser realizado. Quando indagados se recebiam informações sobre os agravos que mais acometem a saúde do homem, apenas 11,1% (n=2) destes afirmaram receber orientações sobre como prevenir-se de agravos relacionados ao trabalho e sobre DM, e os outros 88,9% (n=16) declararam nunca receber algum tipo de orientação. Vale ressaltar que aqueles que afirmaram receber informações já apresentavam agravos, isto é, os homens que estão se dirigindo ao serviço de saúde, na verdade, estão recebendo orientação de agravos já presentes e não daqueles que poderiam ser evitados, caso houvesse a prevenção previamente. Sobre a estrutura física da UBS, que apresenta em suas dependências informativos e cartazes sobre educação em saúde, observou-se ausência de instrumentos educativos voltados para a saúde do homem. Vale ressaltar que, durante as visitas aos serviços de saúde, ficou evidente a maior procura por parte dos homens nos dias de atendimento a doenças sexualmente transmissíveis, em um núcleo especializado. Logo na entrada, em cima do balcão da recepção, há encartes lançados pelo próprio Ministério da Saúde, cujo enfoque é na saúde da criança e da mulher. São abordados assuntos, como desenvolvimento da criança desde o primeiro mês aos seis anos, sobre aleitamento materno, e sobre gestação (cuidados com o pré-natal, parto e pós-parto). (Unidade 2).

PROCURA POR SERVIÇOS Só assim pra extração de dente esse tipo de coisa que a gente sempre procura. (Homem 1). Procuro atendimento de saúde porque eu tenho um problema no pulmão e eu faço um tratamento [...]. (Homem 2).

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BOM ATENDIMENTO Eu procuro principalmente um bom atendimento e uma qualidade melhor ao tratamento. O sistema único de saúde é muito superlotado, às vezes a gente chega doente e não é atendido porque são tantas pessoas. (Homem 3). Eu procuro um bom atendimento, mais agilidade, rapidez para a pessoa no atendimento, porque a pessoa às vezes chega passando mal no serviço de saúde para ser atendida pelo médico, que demora quase uma hora, duas horas de relógio. (Homem 4).

DIÁLOGO E ORIENTAÇÃO

Não [...] porque atividade para o homem nós não têm, né!? Falta orientar a gente porque para as mulheres têm né! Mas para os homens eu nunca fui e nem nunca ouvi falar! (Homem 5). [...] mas nada direcionado a mim, de alguém me orientar, conversar [...] a gente não pode se tratar ou se cuidar se não conhecer. A gente não pode ter o hábito de se prevenir se não tem o conhecimento, eu não posso me prevenir de uma coisa se eu não sei que eu estou proporcionado aquilo [...]. (Homem 6). Seria pelo menos olhar pra você ele tá ali, eu tô vendo ele, ele existe, é uma pessoa real [...] ele olha pra mim! Eu chego aqui, não todos, mas alguns eu chego aqui aí ele fica com a cabeça baixa escrevendo, aí escreve lá qualquer coisa, sentiu uma dorzinha bota isso, eu falei que tava com uma dor no peito ele botou lá qualquer remédio pra dor, ele passou um remédio só que eu não tomei porque todo mundo chega com uma dor ele passa o mesmo remédio[...] olhe pra mim, me escute é melhor [...]. (Homem 7).

Atendimento especializado Eu preciso de um atendimento mais aprofundado! Que eu realize os exames necessários. Cuidar da minha saúde depende dos recursos do Governo, é preciso ser mais aprofundado, mais especializado! (Homem 8). [...] tem uma atenção especial pra mulher, pra criança, pro idoso então nós também precisamos de uma atenção especial porque muitas doenças são só do homem, eu acho que é muito necessário[...] como o câncer de próstata, acho que é uma coisa que ainda não é bem conversada, a gente não tem aquele acompanhamento, né! Muitos homens tão morrendo aí do câncer de próstata porque num tem um acompanhamento especial, por exemplo, como a mulher tem, a prevenção que ela faz de seis em seis meses de ano em ano, eu acho que o homem deveria ter também uma prevenção pra não chegar num estágio mais avançado. (Homem 9).

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Rapaz geralmente assim, né, o homem é bruto, geralmente ele prefere esperar pra ver o que vai acontecer [...]. (Homem 10).

ALTERNATIVAS QUE FACILITEM O ACESSO DO HOMEM AO SERVIÇO DE SAÚDE

Eu acho que seria bem melhor se o posto pudesse funcionar à noite [...] durante os fins de semana [...] porque geralmente durante a semana o homem está trabalhando, às vezes quando chega em casa, o posto já tá fechado, aí vai para as emergências [...] aí acaba não indo, acaba não buscando o atendimento. (Homem 11). Tanto orientação como também horário[...] porque a gente que trabalha de dia, a gente só tem o horário comercial e ainda muito cheio de burocracia tem perder o dia de trabalho. (Homem 6). Tem certas coisas que o homem tem vergonha de conversar com a mulher mesmo sendo uma profissional da área da saúde, se fosse um outro homem ele se sentiria mais à vontade para poder perguntar, esclarecer as dúvidas, eu acho que se fosse um homem seria melhor. (Homem 11).

Essas falas representam um dos “por quês?” para a pouca demanda do homem no serviço de saúde, visto que o horário de funcionamento do serviço de saúde coincide justamente com o de trabalho, o que, por sua vez, confronta-se ao que já foi citado no diário de campo, em que apenas um dos serviços oferecia horário noturno de funcionamento. No que diz respeito ao conhecimento dos entrevistados sobre a PNAISH, foi unânime a resposta do desconhecimento sobre a mesma. Alguns dos participantes referiram nunca ter ouvido falar e nem sabiam de sua existência, já outros sabiam de sua existência por meios de comunicação, como televisão e rádio. No entanto, os indivíduos que sabiam da existência sequer conheciam a respeito do que é abordado. Durante as entrevistas, a pesquisadora os indagou se algum profissional da saúde já tinha falado a respeito dela, mas nenhum dos participantes referiu ter sido orientado a respeito do assunto. A partir desta informação, cabe-nos perguntar se os profissionais de saúde que lidam com o público do serviço de saúde estão se atualizando sobre a política e se estão aptos e preparados a receber o homem dentro do serviço, de modo que corresponda a todas as necessidades de saúde deste cliente. DISCUSSÃO Durante três semanas, a pesquisadora frequentou três unidades de saúde do município estudado a fim de se familiarizar com o objeto em estudo, nos diversos dias da

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semana e horários. Os registros foram feitos em um caderno de anotações para uma maior fidedignidade das informações. Esse dado é válido no momento em que confrontamos com os relatos dos participantes. Após a observação e avaliação dos registros diários, percebeu-se que não houve um serviço de saúde que ofertasse especialidades diretamente para homens. O serviço de saúde demonstrou-se mais uma vez feminilizado e direcionado para o atendimento da mulher e da criança, fato este que se corrobora com o que Couto et al.1 e Brasil4 abordaram em seus estudos. Quando comparados os horários de funcionamento, ainda é muito tímida a presença dos homens nos serviço de saúde, mesmo em dias de atendimento geral para o adulto ou de planejamento familiar. Vale ressaltar que, mesmo nestes dias cujos homens podem participar, existe a falta de um serviço que seja especializado apenas para a saúde do homem, assim como existe o atendimento voltado para a criança e a mulher nos serviços avaliados. O segundo ponto abordado em nossa entrevista foi relacionado ao atendimento, ou não, pelo serviço de saúde das necessidades do homem. A partir da análise dos dados, foi possível observar que, em alguns casos, a sua necessidade foi atendida parcialmente e em outros não era correspondida, podendo estes serem fatores dificultadores do acesso do homem ao serviço de saúde. Dos três serviços avaliados, apenas um deles funcionava à noite, de segundas e terças-feiras, o que seria um fator facilitador ao acesso dos homens ao local. No entanto, mesmo neste horário a procura dos homens a este serviço ainda foi restrita, o que vai de encontro aos achados na pesquisa de Couto et al.1, os quais observaram a presença de homens mais em unidades que apresentavam horários criados e que mantinham atividades no horário de almoço. Em relação à categoria ‘procura por serviços’, é muito perceptível que, ao contrário das mulheres, muitos homens estão priorizando a procura do serviço de saúde com o intuito de tratar a patologia e adquirir medicamentos, isto é, o serviço é visto como um local de fim apenas curativista. Esses achados se completam com o trabalho de Figueiredo12, realizado em duas unidades de saúde em São Paulo, quando afirma que o uso dos serviços pelos homens se difere daquele feito pelas mulheres, concentrando-se na assistência a patologias, acidentes ou lesões, problemas odontológicos e no uso da farmácia. Figueiredo e Schraiber13 afirmam que, reprimindo então as suas necessidades de saúde e as dificuldades para expressá-las, torna-se quase que emblemática a presença do homem na USB.

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No entanto, é importante frisar que o serviço de saúde geralmente não oferece serviços que deem uma atenção especializada a própria saúde do homem, mas sim serviços que sejam voltados principalmente para a atenção da criança e mulher, como atividades de prevenção ginecológica, puericultura, pré-natal, entre outros. Sendo assim, os serviços ofertados pelo próprio serviço de saúde podem ser uma barreira inicial para que haja o acesso já que não são ofertados serviços com enfoque na própria saúde do homem, dando a sensação de não pertencerem a aquele espaço por ser um local prioritariamente voltado à saúde da mulher e da criança e, assim, optarem, na maioria, pela procura da assistência à saúde para tratar a doença instalada. Outro ponto importante destacado pelos entrevistados foi a busca por um atendimento com qualidade e o mais rápido possível, mas na verdade é também evidente que a procura destes homens diz respeito à cura da doença, isto é, eles estão buscando medicalização. Devido à maioria dos homens apresentarem a cultura da medicalização, os mesmos acabam por deixar os serviços de atenção à saúde como uma segunda opção de procura, pois este é visto como um local onde se deve ir apenas com o intuito de cura da doença e não como um espaço onde se possa buscar a prevenção e a promoção à saúde. Por isso, eles acabam priorizando as farmácias, prontos-socorros ou hospitais, em que podem “encontrar” o mais rápido a resolutividade do problema em que ele se encontra, tal fato se corrobora aos estudos de Couto et al.1 e Schraiber et al.14, nos quais os homens também apresentam a mesma prioridade. Os entrevistados também destacaram que as mulheres têm mais abertura para o diálogo e são bem atendidas, pois elas apresentam mais orientações quanto aos cuidados que devem ser tomados com a sua saúde e a melhor interação entre profissional e paciente durante o atendimento, fato este que se corrobora ao estudo de Schraiber et al.14. Nesse estudo, viu-se que, durante os atendimentos de saúde, há pouca exploração dos contextos de vida dos homens ou das mulheres, mas as mulheres são abordadas mais detalhadamente, ainda que na tradição disciplinadora do corpo feminino — contracepção, planejamento familiar ou controle dos cânceres ginecológicos. Já as consultas com homens são diretas sobre as queixas e patologias. Além disso, os mesmos também demonstraram a sua preocupação em terem mais orientações quanto aos cuidados de saúde masculina. Ficou evidente a necessidade do homem por um atendimento especializado assim como a mulher e a criança apresentam dentro da UBS, pois o homem sente a necessidade de ter orientação quanto aos cuidados de sua saúde. Ainda neste ponto, é visível

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também o desconhecimento do sexo masculino quanto os cuidados de saúde que lhe são preconizados de modo que haja a prevenção de agravos que poderiam ser evitáveis. Foi possível observar que os entrevistados reconhecem a necessidade da prevenção e, mesmo assim, procuram evitar irem ao serviço de saúde por medo de se verem diante de alguma doença que possa prejudicar o seu bem-estar e por terem ainda fortemente a cultura de que o homem é um ser forte, viril, invulnerável e bruto.5,6 Daí a necessidade de que haja um melhor preparo do profissional de saúde para que possa melhor orientá-lo quanto às mudanças de paradigmas que a sociedade impõe e, assim, ele tenha consciência dos agravos e riscos que sua saúde pode sofrer e reconhecer ainda mais as suas necessidades. Este objetivo poderia ser alcançado se fossem seguidos os preceitos preconizados pela Política Nacional de Humanização (PNH), na qual se defende: 1. Garantir agenda extraordinária em função da análise de risco e das necessidades do usuário e; 2. Estabelecer critérios de acesso, identificados de forma pública, incluídos na rede assistencial, com efetivação de protocolos de referência e contra-referência.15 Para Courtenay,16 os serviços de saúde destinam pouco tempo dos profissionais aos homens e oferecem poucas e breves explicações sobre as mudanças dos fatores de risco para doenças aos homens quando comparado com as mulheres, corroborando com os achados do presente estudo. Segundo Figueiredo e Schraiber13 e Gomes, Nascimento e Araújo,17 o homem ainda apresenta em seu imaginário uma associação muito forte da identidade masculina que, para ser homem, é preciso que ele assuma o seu papel de provedor. Para isso, ele deve estar apto e impulsionado em assumir suas responsabilidades com relação ao sustento de sua família e da casa. Somente assim, poderá apresentar e valer seu papel de chefe, conferindo ao homem dignidade, respeitabilidade por suas responsabilidades sociais com a família e com a manutenção do espaço doméstico, vindo assim, em primeiro lugar, o trabalho e as preocupações com atividades laborativas, principalmente os homens que apresentam uma classe social menos favorecida. Segundo Louvison et al.,18 as desigualdades em saúde estão relacionadas com a capacidade de acessar os serviços conforme a disponibilidade e necessidade do indivíduo. Essa pode estar diretamente relacionada, além da renda e escolaridade, à posse de seguro

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saúde privado, por considerar a disponibilidade da oferta das redes pública e privada. Portanto, o homem que apresenta uma pior escolaridade está propenso a ter um pior estado de saúde em função de piores hábitos, maior exclusão e menor nível de informação e condições socioeconômicas para acessar o serviço precocemente. A equidade dos sistemas de saúde é um direito do cidadão, que possibilita a igualdade no acesso à atenção à saúde, mediante necessidades semelhantes. No entanto, para se promover saúde com equidade é necessário que haja métodos de planejamento que privilegiem o uso de recursos (financeiros, humanos e físicos) potencialmente benéficos para a melhora da saúde do homem e do resto da população, promovendo equidade em saúde, atingindo o maior número de pessoas e priorizando a redução de doenças comuns.19 Para que haja a promoção da equidade, deve haver um efeito positivo sobre a saúde, principalmente nos grupos mais afetados pelas desigualdades em saúde. Espera-se que haja uma diminuição do envolvimento de homens em violências e em acidentes de trânsito caso as ações promovidas tenham um maior impacto sobre estes, pois o homem ainda apresenta uma concepção muito forte de que ele precisa ser violento para se mostrar mais másculo; e, por haver uma grande proporção de motoristas masculinos, é maior a chance de se envolverem em situações de agressão física e em acidentes mais graves.19,20 Uma vez explicitados os altos índices de morbimortalidade de homens, pode-se afirmar que os mesmos são vítimas de si mesmos devido ao próprio descaso com sua saúde, daí o grande desafio de orientar a população masculina sobre esta política para que se possa mobilizá-los a lutar pela garantia do direito social à saúde, ainda que alguns deles achem que não apresentam poder e nem voz sobre os seus direitos. Estudar sobre as necessidades em saúde do homem que procura o serviço de saúde nos permitiu conhecer um pouco sobre o histórico de saúde de alguns daqueles que procuram as instituições e compreender as dificuldades, a fim de que haja o primeiro acesso do homem ao serviço de AP e a necessidade de criar estratégias que facilitem a sua entrada. CONSIDERAÇÕES FINAIS Podemos observar, por meio da caracterização, o quanto os homens estão procurando o serviço de saúde de maneira tardia, no entanto, é importante lembrar que os mesmos apresentam-se com peculiaridades que os predispõem a desenvolver agravos de saúde, como familiares com doenças crônicas (DM e HAS) e o etilismo. No que diz respeito às orientações de saúde que os homens recebem quando procuram o serviço, muitos relataram não receber informações sobre os agravos que estão

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mais propensos a desenvolver. Este fato foi comprovado, quando foram indagados sobre a realização do exame de toque retal e PSA e a grande maioria mostrou-se desinformada com relação ao intuito dos mesmos, e aqueles que receberam informações já eram direcionados diretamente à doença. Durante a observação participante, vimos que o espaço do serviço de saúde ainda mostra-se com desigualdades de vínculos entre homens e profissionais e que estes apresentavam uma atenção quase que exclusiva à saúde da mulher e criança; por sua vez, muitos dos homens que ali procuravam o serviço tinham a pretensão, na maioria das vezes, de procurar apenas a resolutividade de doenças já instaladas, dificilmente como uma forma de prevenção. Nesse contexto, observamos características fortes de um espaço feminilizado e profissionais que pouco dialogam. Podemos sugerir que ainda há uma falta de cuidado por parte de alguns profissionais de saúde no que diz respeito ao acolhimento, fortalecendo ainda mais a ideia de que atividades de prevenção e promoção são voltadas exclusivamente à mulher, à criança e ao idoso. Em relação ao conhecimento dos homens sobre a PNAISH, foram unânimes o desconhecimento e a falta de orientação por parte dos profissionais sobre a mesma, sendo que estes são os principais responsáveis pela orientação e o direcionamento dos usuários aos serviços assegurados nesta política. *Silva DRG trabalhou na concepção, pesquisa e redação final; Vasconcelos TB na metodologia, análise dos dados e redação final; Bezerra MP na orientação, concepção e revisão crítica.

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