SANGRAMENTO DO TERCEIRO TRIMESTRE Rossana Maria Alves Carlos Augusto Alencar Júnior

November 18, 2016 | Author: Henrique Alcântara Borba | Category: N/A
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SANGRAMENTO DO TERCEIRO TRIMESTRE Rossana Maria Alves Carlos Augusto Alencar Júnior A hemorragia no terceiro trimestre da gestação é grave ameaça à saúde e vida da mãe e feto. Junto com hipertensão e infecção são responsáveis pela maioria das mortes maternas. CAUSAS Causas obstétricas: Placenta prévia DPP Rotura do seio marginal Rotura de vasa prévia Rotura uterina Placenta circunvalada Causas não obstétricas: Sistêmicas : coagulopatias Cervicais : ectopia,erosão,pólipos,displasias,tumores benignos e malignos. Vaginais : lacerações,vaginites,varizes,tumores benignos e malignos.

DESCOLAMENTO PREMATURO DA PLACENTA É definida como a separação intempestiva da placenta normalmente inserida de seu sítio de implantação, depois da vigésima semana gestacional e antes do nascimento do concepto. Incide em 0,5 a 3,0% das gestações. Etiologia Sua causa primária é desconhecida. São fatores de risco: Distúrbios hipertensivos na gravidez DPP anterior Multiparidade

Idade materna avançada Tabagismo Uso de cocaína Trauma externo Sobredistenção uterina (gestação múltipla, polidrâmnio) Placenta circunvalada Diagnóstico 1 Clínico : Dor : mais comumente repentina,intensa e constante. Hemorragia : sangramento vaginal de início súbito, vermelho escuro, sem episódios Anteriores. Hipertonia uterina. Hipersensibilidade e dor à palpação uterina. 2 Ultra-sonográfico *Baixa sensibilidade,podendo não demonstrar o hematoma em até 30% dos casos. *Tem importância fundamental no diagnóstico da vitalidade fetal , influenciando na conduta. *É útil para excluir a hipótese de placenta prévia. Conduta 1-Hospitalização imediata 2-Medidas gerais Oxigenação Punção venosa com jelco Reposição volêmica : infusão de RL ou SF 0,9% 1000ml Posição adequada : Trendelemburg e DLE Sondagem vesical de demora (controle da diurese) Cateter para PVC, se necessário. Amniotomia : diminui a pressão intra-uterina e melhora a oxigenação fetal Hemotransfusão: nos casos de instabilidade hemodinâmica

3-Propedêutica laboratorial

Tipagem sanguínea e provas cruzadas Hematimetria Coagulograma Dosagem de fibrinogênio Provas de função renal (uréia,creatinina,ácido úrico) 4-Interrupção da gestação A-Cesárea *Feto vivo viável *Feto morto com comprometimento materno progressivo B-Parto vaginal *Feto morto ou inviável *Feto vivo com boa vitalidade e possibilidade de parto rápido , com quadro materno estável. Complicações Choque hemorrágico CIVD Insuficiência renal Insuficiência cardio-respiratória Síndrome de Sheehan (necrose do lobo posterior da hipófise) Morte materna

INSERÇÃO BAIXA DE PLACENTA

Consiste na implantação da placenta no segmento uterino inferior, até 2cm do orifício interno do colo, após a 28ª semana gestacional. , podendo ou não estar abaixo da apresentação fetal. Incide em 0,5 a 1,5% das gestações. Classificação *Completa ou total : a placenta oclui completamente o orifício cervical interno(OCI) *Parcial : a placenta oclui parcialmente o OCI *Marginal : a placenta atinge a borda do OCI ,mas não o ultrapassa *Lateral : a placenta dista menos de 2cm do OCI , sem margeá-lo. Fatores de risco *Idade materna avançada *Multiparidade *Cesárea anterior *Curetagens uterina *Cirurgias uterinas *Extração manual da placenta *Gestação gemelar *Tabagismo *Patologias que deformam a cavidade uterina (malformação,miomatose) Diagnóstico 1- Clínico *Sangramento vaginal vermelho vivo, indolor, de início e cessar súbitos , caráter intermitente e progressivo. *Não realizar toque vaginal. *Exame especular : visualizar origem do sangramento. *Exame abdominal : bcf presentes , útero indolor , tônus uterino normal. 2-Ultra-sonográfico *Exame de escolha para diagnóstico com acurácia de 95%. *Ideal avaliação por via transvaginal. *Freqüente apresentações fetais anômalas.

*Sem a presença do sangramento, o diagnóstico ecográfico é feito com segurança após a 28ª semana gestacional. Conduta 1-Gestação < 37 semanas *Internamento até o parto *Repouso *Estabilização hemodinâmica *Tipagem sanguínea *Correção dos índices hematimétricos : manter hemoglobina > 10g/dl *Avaliação da vitalidade fetal : CTG 2x semana ou diária se houver STV ativo *Uso de corticóide -Entre 24 e 34 semanas -Betametasona ou dexametasona -Dose : 24mg , fracionada 12mg IM 24 /24h ou 6mg IM 12/12h (2 dias) -Repetir corticóide na vigência da resolução (antes de 34 semanas) se dose anterior aplicada há mais de 3 A 4 semanas. *Inibição do TPP : paciente hemodinamicamente estável, STV leve, feto muito prematuro. *Interrupção da gestação se : -Comprometimento da vitalidade fetal -Sangramento profuso -Maturidade fetal presente : pesquisar a partir de 35 semanas -Trabalho de parto *Parto preferencial : cesárea 2-Gestação > 37 semanas * Interrupção da gestação A-Cesárea :Sangramento abundante Comprometimento da vitalidade fetal Placenta prévia total ou parcial Placenta marginal ou lateral com colo desfavorável B-Parto vaginal : Sangramento discreto Feto com boa vitalidade Placenta marginal ou lateral com colo favorável

Complicações *Acretismo placentar *Sangramento vaginal pós-parto *Atonia uterina ROTURA DE VASA PREVIA Causa rara de hemorragia no terceiro trimestre . Sangramento de origem fetal , constitui evento cataclísmico levando a grave hemorragia e ,freqüentemente, óbito fetal. Ocorre nas placentas com inserção velamentosa do cordão. A hemorragia é concomitante à perda de líquido amniótico. Sangramento indolor se ausente o trabalho de parto. O parto imediato é essencial se feto vivo. ROTURA UTERINA A rotura uterina é complicação obstétrica séria. A incidência é bastante variável. A incidência global é de 1:1.500 partos. Fatores predisponentes *Multiparidade *Cicatriz de cesárea anterior *Rotura uterina prévia *Cirurgias uterinas prévias *Anomalias congênitas uterinas *Desproporção céfalo-pélvica *Macrossomia fetal *Apresentações anômalas *Sobredistensão uterina Tipos de rotura *Completa envolve todas as camadas do útero *Incompleta abrange todo miométrio, porém o peritônio visceral permanece intacto Classificação *Rotura espontânea

resulta de má assistência e negligência ao parto

*Rotura traumática execultados.

resulta de partos operatórios vaginais mal indicados ou mal

Diagnóstico 1- Clínico *Dor de localização suprapúbica, abrupta e intensa *Desaparecimento das contrações uterinas *Sensibilidade extrema à palpação uterina *Hemorragia sangramento vaginal moderado *Desaparecimento dos batimentos cardíaco fetal *Sinal de Freund sangramento vaginal aumenta com a mobilização da apresentação *Sinal de Clark crepitação subcutânea 2- Ultra-sonografia ver feto na cavidade abdominal 3- Curagem uterina realizada após o parto para exploração do segmento uterino inferior Tratamento *Estabilização hemodinâmica *Tipagem sanguínea e reserva de sangue *Tratamento cirúrgico : 1- Sutura uterina : Pacientes jovens que desejam mais filhos Rotura de pequena extensão Rotura recente e não complicada 2- Histerectomia : Roturas extensas ou hemorragias rebeldes Rotura tardia , associada a infecção peritoneal Choque séptico Prognóstico O prognóstico depende de vários fatores, como localização e extensão da rotura, rapidez no diagnóstico e na conduta. A mortalidade materna varia de 2 a 30 % geralmente devido ao choque hipovolêmico. A mortalidade fetal é alta , variando de 30 a 85 % , a maioria devida ao descolamento da placenta.

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