RECUPERAÇÃO DE CHUMBO DE BATERIAS AUTOMOTIVAS, ANÁLISE DE RISCO DOS RESÍDUOS RESULTANTES

March 15, 2017 | Author: Amadeu Bastos do Amaral | Category: N/A
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RECUPERAÇÃO DE CHUMBO DE BATERIAS AUTOMOTIVAS, ANÁLISE DE RISCO DOS RESÍDUOS RESULTANTES

Roney Queiroz de Matos1 Osmar Mendes Ferreira2 Universidade Católica de Goiás – Departamento de Engenharia – Engenharia Ambiental Av. Universitária, N.º 1440 – Setor Universitário – Fone (62)3227-1351. CEP: 74605-010 – Goiânia - GO.

RESUMO A preservação do meio ambiente, o uso racional de recursos naturais e a mudança de posturas da sociedade frente às questões ambientais têm levado as indústrias a buscar um melhor desempenho nessa área. Aliados a esses fatores, está a constatação de que a geração e descarte de resíduos sólidos, líquidos e gasosos sem destinação final adequada, resultam em grandes impactos ambientais, sociais e a saúde. Neste trabalho foram analisados os tipos e resíduos sólidos líquidos e gasosos Industriais de reciclagens de baterias automotivas e os tipos de tratamentos realizados para evitar problemas com a saúde e o meio ambiente. Esse trabalho foi desenvolvido através de pesquisas em empresas de reciclagem do Estado de Goiás. Os dados resultantes foram caracterizados de acordo com o tipo de resíduo, concluindo que esta atividade é potencialmente poluidora, dependendo de controle e tratamento específico. Palavras-chave: Resíduos industriais, baterias automotivas, reciclagem, saúde, meio ambiente.

ABSTRACT The preservation of the environment, the rational use of natural resources and the change in society's attitudes to environmental issues facing the industries have moved to seek better performance in this area. Allied to these factors is the fact that the generation and disposal of solid waste, liquid and gaseous without proper final destination, resulting in major environmental, social and health. We have discussed types and solid waste liquid and gaseous of Industries of reciclagens of automotive batteries and the types of treatments performed to avoid problems with the health and the environment. This work was developed through research in companies of recycling of the State of Goiás. The resultant data had been separate in accordance with the type of residue, concluding that this type of activity is potentially polluting, depending on control and treatment specify. Key- words: Waste industrial, automotive batteries, recycling, health, environment. Goiânia - Dezembro 2007 1 2

Acadêmico de Engª Ambiental da Universidade Católica de Goiás ([email protected]) Orientador Profº Msc. Dep. Engª Universidade Católica de Goiás ([email protected])

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1. INTRODUÇÃO

As indústrias de reciclagem de chumbo são potencialmente poluidoras, isto pelo ácido das baterias e dos metais nele contido, devido à emissão de gases e particulados decorrentes do próprio processo de produção, e ainda pela escória resultante da reciclagem. Entretanto a reciclagem ainda é para o meio ambiente e economicamente mais viável que a extração, os problemas ambientais podem ser minimizados por neutralizações dos ácidos, disposição em aterro industrial da escória, e escolha adequada de filtros para retenção de gases e particulados. Já para extração do metal, os problemas ambientais são maiores e muitas vezes sem reversão, e com alto custo de produção. Para recuperação do chumbo convencional são utilizados alguns métodos, um deles é por processo pirometalúrgicos em fornos tipo cuba, rotativos ou outros tipos de fornos que liberam gases SOx e particulados de chumbo para a atmosfera, gerando também até 25% de escória e resíduos da quantidade de chumbo produzida que é considerado resíduo altamente perigoso e deve ser disposta em aterro industrial classe 01. Dificultando o sistema de tratamento e disposição final dos resíduos sólidos, líquidos e gasosos desta linha de produção. Esta pesquisa foi desenvolvida visando, mostrar as análises de riscos decorrentes de reciclagem de chumbo de baterias automotivas, onde foram analisados a saúde dos funcionários e vizinhança, se estão sendo afetados pelos resíduos gerados, as condições de lançamento destes resíduos no meio ambiente. Considerando como objetivo a analise do quadro de emissões de empresas deste ramo, propondo soluções para problemas ambientais e para a saúde. O cenário pesquisado mostra resultados que potencializa os riscos gerados em todo processo industrial, mostrando a forma de tratamento e os efeitos do sistema, de forma que os resíduos resultantes após o devido tratamento devem atender as condições e normas de destinação final. Neste sentido foram citados os locais que existem problemas, tanto com as instalações quanto ao sistema de tratamento dos resíduos, detalhando como e em que ponto está acontecendo. Assim considerando nosso objetivo nessa pesquisa, foram relacionados esses problemas à saúde dos operários e da vizinhança e o meio ambiente, apontando soluções para os pontos críticos que geram riscos, com base nas visitas de campo e nas revisões bibliográficas.

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Reciclagem de baterias automotivas

Os atuais sistemas de produção de chumbo não atendem adequadamente as exigências dos organismos de controle ambiental e os anseios da sociedade em geral. Por isso, somente no Brasil, foram fechadas empresas que em conjunto produziam 60.000 toneladas deste metal por ano e eram fontes diretas de emprego para 600 famílias (CHACÓNSANHUEZA, 2004). Os métodos de recuperação de chumbo convencionais utilizam processos pirometalúrgicos em fornos tipos cuba, revérberos, rotativos ou outros tipos de fornos

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elétricos que liberam gases SOx e particulados de chumbo para a atmosfera, além de gerar borra metálica que atinge níveis de 25 % da quantidade de chumbo produzida (FERRACIN, L.C., 2001). Embora esta borra contenha chumbo, antimônio, arsênio, estanho, prata e outros metais, têm sido realizados grandes esforços para classificar este material como resíduo não lixiviável. Entretanto este ainda continua sendo considerado resíduo altamente perigoso e deve ser disposto em aterro industrial classe 01, aumentando consideravelmente os custos. As baterias são a maior fonte para a indústria de chumbo secundário. A grade da bateria contém mais de 90% de chumbo metálico e pode ser imediatamente fundida. Mais de 70% da produção mundial de chumbo é consumida na manufatura de baterias de chumbo (a maior parte pelo setor de transportes) (FERRACIN, L.C., 2001). O chumbo é o quinto metal mais abundante do planeta. Através dos séculos, devido às suas propriedades particulares, este metal encontrou numerosas aplicações, a principal delas sendo atualmente na fabricação de baterias automotivas. De acordo com Francalanza (2000), o chumbo pode ser reciclado seguidas vezes, obtendo-se um metal secundário similar ao metal primário, desde que seja utilizada a tecnologia apropriada, a nível mundial o percentual de reciclagem de chumbo está em torno de 60%. No setor específico de baterias automotivas este percentual aproxima-se de 95%. Porém, no Brasil, este valor oscila entre 70% e 80%. Segundo Marchetto (2000), a produção mundial de chumbo no ano de 1999 foi de 6.159.000 toneladas, das quais 59% corresponderam à produção de chumbo secundário (reciclado), observa-se que 78% do chumbo produzido no mundo seja anualmente consumido na fabricação de baterias automotivas.

2.2 Reciclagem de chumbo no Brasil

De acordo com Marchetto (2000), o abastecimento do mercado brasileiro de chumbo e de suas ligas é feito atualmente por meio da importação de metal e através da produção de chumbo secundário decorrentes principalmente da reciclagem de baterias automotivas. A produção nacional de chumbo primário obtido do processamento de concentrados foi paralisada em 1995, com o encerramento das atividades da Plumbum Mineração e Metalurgia S/A, na época a única empresa produtora no Brasil. As reservas de minério de chumbo conhecidas no país são pequenas e de baixo teor. Este fato, aliado principalmente ao alto custo de infra-estrutura portuária, à elevada carga fiscal, ao alto custo dos juros internos para o financiamento da produção e a proteção alfandegária insuficiente, resulta em desestímulo para a existência de uma indústria de chumbo primário no Brasil (MARCHETTO, 2000). A Tabela 1 mostra o perfil do mercado brasileiro de chumbo, nos últimos anos, de acordo com os dados estatísticos disponíveis. Tabela 1: Produção de chumbo secundário e consumo no Brasil Ano

Produção de chumbo Consumo aparente secundário (t) (t) 1997 38.400 94.400 1998 48.000 107.900 1999 53.000 113.200 Fonte : Dados estatístico do Ministério de Minas e Energia, (MME).

Relação produção/consumo (t) 40,6% 44,4% 46,6%

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Problemas ambientais decorrentes da reciclagem de chumbo. De acordo com Francalanza (2000), a reciclagem de chumbo representa, do ponto de vista ambiental, o procedimento mais correto. Mas isto não significa dizer que os processos de reciclagem adotados, não possam vir ocasionar sérios problemas ao meio ambiente e à saúde do homem, especialmente dos operários que trabalham nesse segmento industrial. As indústrias da reciclagem de chumbo são potencialmente poluidoras. Isto se deve, quer ao ácido das baterias e dos metais nele contido, quer devido à emissão de gases e particulados decorrentes do próprio processo de produção, quer ainda pela escória resultante da reciclagem. Entretanto, as indústrias podem se valer de procedimentos bem conhecidos, corretos e adequados de controle e minimização dos eventuais problemas, tais como: neutralização do ácido e recuperação do chumbo nele contido; emprego de filtro para retenção de gases e particulados; tratamento de neutralização da escória; deposição da escória em aterro adequado; monitoramento das emissões de gases e particulados no meio ambiente; monitoramento das condições do solo e das águas subterrâneas e exames médicos periódicos dos funcionários (FRANCALANZA, 2000).

2.3 Fontes de emissão de chumbo

Quantidades bem maiores de chumbo são desprendidas atualmente por fundições de chumbo e por alguns ramos da industria química (por exemplo; fabricação de plastificantes para industria de plásticos, como o palmitato de chumbo). Como o chumbo e seus sais possuem densidade elevada, os gases industriais com os quais são desprendidos só os transportam por alguns poucos quilômetros, pois logo ocorre a sedimentação destes compostos. Por exemplo, após um acidente com gases industriais ocorrido em Nordenham constatou-se a ocorrência certa de chumbo no solo até uma distância de 2,5 km da fonte emissora (FELLENBERG, GUNTER, 1980).

2.4 Resolução Conama

Com o apoio de diversos setores e após longa discussão, o Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, determinou medidas que terão que ser desenvolvidas e implementadas pelos fabricantes, importadores e comerciantes de pilhas e baterias, com o objetivo de disciplinar e controlar o descarte desses produtos, resolução 257, (CONAMA, 1999). Mais de 20.000 cartazes foram distribuídos pelos fabricantes a todos os distribuidores, auto-elétricos, concessionárias de veículos, supermercados e demais postos de revenda e assistência técnica de baterias automotivas em todo o País. O objetivo é instruir os consumidores, e todos os responsáveis pelos estabelecimentos que as comercializam, sobre as obrigações de cada um para atender a legislação ambiental – Resolução 257 (CONAMA, 1999). "Art. 11 - Os fabricantes, os importadores, a rede autorizada de assistência técnica e os comerciantes de pilhas e baterias descritas no Art. 1º ficam obrigados a, no prazo de 12 (doze) meses contados a partir da vigência desta resolução, implantar os mecanismos operacionais para a coleta, transporte e armazenamento".

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Portanto, a partir de 22 de Julho de 2000, entrou em vigor as obrigações que envolvem desde o consumidor até o fabricante, incluindo toda a cadeia comercial no processo de coleta de baterias usadas, com destino à reciclagem.

2.5 Problemas à saúde e ao meio ambiente

O chumbo pode penetrar de diversos maneiras no organismo animal. As principais vias de acesso são a respiratória e a oral. O chumbo também pode ser absorvido pela pele e músculos, porém com menor relevância. – Respiratórios, fumos (PbO) ou poeiras. Estima-se que entre 39 e 47% do chumbo inalado fique retido nos pulmões (LAUWERYS, 1972). – Oral. Cerca de 5 a 10% do chumbo ingerido é absorvido pelo adulto, enquanto na criança até 50% da dose introduzida pode ser absorvida (SIQUEIRA E HUDSGSON & GUTHRIE, 1980), citado por Machado, (2002). Nos vegetais, a carga de contaminantes existentes é gerada através da captação do metal pelas raízes. Como o chumbo não tem grande capacidade de migrar no interior das plantas, estas absorvem pequenos teor de chumbo, segundo (OGA, 1996). Este depósito adere-se à superfície dos vegetais e a lavagem ou esfregação, bem como o preparo dos vegetais antes do cozimento, podem remover de 32 a 98% do chumbo depositado (MACHADO, 2002).

2.6 O caso da Baterias Ájax em São Paulo

A empresa lançou no ar gases contendo chumbo que se distribuíram ao longo de uma extensa área contaminando solo e água. na Íntegra de um Artigo Publicado no Site da Cetesb. Dados da Agência Ambiental de Bauru da CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental, que registrou queixa na Delegacia de Polícia local contra a Acumuladores Ajax Ltda., fabricante de baterias automotivas localizado no km 12 da Rodovia Jaú-Ipaussu, por desrespeito à determinação de interdição temporária de suas instalações. A interdição se deu depois que análises do ar revelaram alta concentração de chumbo no interior e fora dos limites da fábrica, provocando a contaminação em quatro crianças. Direção Regional de Saúde (DIR-10) e a Secretaria Municipal de Saúde divulgaram o resultado de uma pesquisa epidemiológica em 30 crianças do Bairro Tangará e do Parque Jaraguá, nas proximidades da fábrica, que foi realizada por recomendação da CETESB. Do grupo de 30 crianças examinadas, quatro apresentaram concentração de chumbo acima do tolerável, chegando a 27 microgramas por decilitro de sangue, enquanto o índice aceitável é de 10 microgramas. A contaminação por chumbo causa lesões no sistema nervoso central, além de problemas renais e hepáticos. Agora, os órgãos de saúde deverão ampliar o raio da pesquisa (WTS ENGENHARIA, 2006).

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2.7 Amostragens de chumbo

A CETESB realizou várias campanhas de amostragem de chumbo nas fumaças das chaminés, no solo, águas subterrâneas, na vegetação e ainda no solo no entorno da indústria. Na última inspeção, foram constatadas emissões de poeiras fugitivas nas operações de fusão em fornos e no refino de lingotes de chumbo, além de derrames de resíduos de chumbo pelo pátio da indústria, propiciando emissão de material particulado para o meio ambiente, atingindo inclusive áreas fora dos limites da fábrica. Os efluentes resultantes de lavagem de pátios, da operação de desmonte de baterias e do processo industrial, não eram totalmente captados pelas canaletas que os conduzem à estação de tratamento. Também foi constatada deficiência na armazenagem de resíduos contaminados com chumbo, propiciando a contaminação do solo, tanto na área interna como externa da fábrica. – Pelas análises feitas nos laboratórios da CETESB, observou-se que as concentrações de chumbo na atmosfera foram extremamente elevadas, com média de 9,7 microgramas/m3, chegando a alcançar valores de até 37,7 microgramas/m3. O padrão de chumbo adotado pela CETESB na atmosfera é de 1,5 microgramas/m3. – Embora a Acumuladores Ajax tenha distribuído nota oficial informando que os problemas ambientais que levaram à interdição do setor metalúrgico já foram sanados, a CETESB não acusa o cumprimento das exigências técnicas determinadas com a ordem de interdição. A última delas diz respeito à apresentação, do plano de recuperação total das áreas contaminadas, internas e externas, abrangendo solo, águas superficiais e subterrâneas e vegetação. – As demais exigências dizem respeito à instalação de equipamentos de controle de efluentes líquidos e gasosos, limpeza de roupas, equipamentos e máquinas, cuidados com o armazenamento, sistemas de ventilação, reprocessamento ou destinação final adequada de todos os resíduos gerados, cuidados com as operações de carga e descarga dos produtos manipulados e, até mesmo, a obrigatoriedade de se implantar uma "cortina" de árvores no perímetro do terreno da fábrica, para diminuir o arraste de poluentes pela ação dos ventos. Deve ser ressaltado que as medidas a serem tomadas pela empresa, bem como os projetos a serem implantados para o cumprimento das exigências técnicas formuladas, deverão ser aprovados pela CETESB. (WTS ENGENHARIA, 2006).

2.8 As principais implicações dos metais são:

Toxicidade aos seres humanos e a outras formas de vida animal e vegetal, através da disposição de águas residuárias em copos d´água e de lodo na agricultura. Inibição dos microrganismos responsáveis pelo tratamento biológico dos esgotos. Apesar de amplamente utilizados, o termo “metal pesado”, não possui uma definição única, variando de acordo com o ramo da ciência que o aborda. Do ponto de vista ambiental, o metal pesado pode ser entendido como aquele metal que, em determinadas condições e tempo de exposição, oferece risco à saúde humana e ao ambiente, prejudicando a atividade dos organismos vivos, inclusive daqueles responsáveis pelo tratamento biológico dos esgotos. Há uma tendência de se utilizar a terminologia mais ampla “metal”, ao invés de “metal pesado”. Os principais elementos químicos enquadrados neste conceito são: Ag, As, Cd, Co, Cr, Cu, Hg, Ni, Pb, Sb, Se, e Zn. Estes elemento são encontrados naturalmente no solo em concentrações variáveis, porém são inferiores àqueles consideradas tóxicas para diferentes

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organismos vivos. Dentre eles, As, Co, Cr, Cu, Se e Zn são essenciais aos organismos em certas quantidades, enquanto outros não desempenham qualquer função no metabolismo, sendo tóxicos às plantas e animais. O chumbo, o mercúrio e o cádmio são metais que não existem naturalmente em nenhum organismo, e tampouco desempenham função nutricionais ou bioquímicas em microrganismos, plantas ou animais. Ou seja, a presença destes metais em organismos vivos é prejudicial em qualquer concentração. No ser humano, o metal pode produzir vários efeitos, resultados da ação sobre moléculas, células, tecidos, órgãos ou mesmo sistemas inteiros. Além disso, a presença de um metal pesado pode limitar a absorção de outros nutrientes essenciais à atividade do organismo. Os metais, não podem ser metabolizados, permanecem no organismo e exercem seus efeitos tóxicos, combinando-se com um ou mais grupos reativos (ligantes), os quais são indispensáveis para as funções fisiológicas normais. Dependendo do material envolvido e a intensidade da intoxicação, o efeito pode ser desde uma manifestação local na pele, membrana pulmonar ou trato intestinal, até efeitos mutagênicos, teratogênicos e carcinogênicos, ou mesmo a morte. Cabe ainda ressaltar que o sinergismo é uma importante consideração em qualquer estudo sobre compostos tóxicos. Efeitos sinérgicos, em muitos casos, podem ser muito superiores à simples soma dos efeitos individuais. Embora os metais, de um modo geral, possam vir a ser tóxicos às plantas e aos animais, nas concentrações reduzidas em que habitualmente aparecem nos esgotos domésticos, não se tem notícias de problemas de toxidez crônica na disposição dos mesmos. Por outro lado, o mesmo não pode ser dito com relação à disposição dos esgotos industriais e, principalmente,de lodos, pois são as principais fontes dos metais. As baterias automotivas podem causar irritabilidade e agressividade, indisposição, doses de cabeça, fadiga, náuseas, fraquezas muscular, perda de memória, insônia, alterações de inteligência, osteoporose, doenças renais, afeta o sistema digestivo e reprodutor e é agente teratogênicos (que acarreta mutação genética). Crianças são especialmente vulneráveis aos efeitos do chumbo, mesmo quantidades relativamente pequenas de chumbo podem causar redução permanente da inteligência em crianças, resultando em desordens para leitura, distúrbios psicológicos e retardamento mental, outros efeitos em crianças incluem doenças nos rins e artrite (SPERLING, 2005).

2.9 Remoção de metais pesados e outras substancias tóxicas Metais pesados são substancia que tem peso específico maior que 5g/cm3 ou possuem número atômico maior que 20, incluindo metais, semimetais como o Arsênio e não metais como o Selênio (Malavolta, 1994). Segundo Nunes,(2004), na definição da ABNT (1973) são metais que podem ser precipitados por gás sulfídrico em solução ácida. São oito os metais considerados prioritários pela Environmental Protection Agency-EPA: Arsênio (As), Cádmio (Cd), Cobre (Cu), Cromo (Cr), Chumbo (Pb), Mercúrio (Hg), Níquel (Ni) e Zinco (Zn). A toxicidez na água depende do grau de oxidação do íon metálico de forma que se encontra, geralmente a forma iônica é a mais tóxica, em alguns casos o organometálico apresenta toxidez muito maior do que a forma não combinada (por exemplo, metilmercurio Hg-CH3). Estes metais quando encontrados nos efluentes industriais, devem ser removidos antes do tratamento biológico, objetivando evitar a inibição dos microorganismos responsáveis pela oxidação da matéria orgânica ou do lançamento em corpos d`água. Algum

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destes metais precipitam-se sob a forma de hidróxidos ou carbonatos (Insolúveis), sendo removidos juntamente com lodo em decantadores. O chumbo é altamente tóxico e acumulativo, podendo ser removido com boa eficiência com sulfeto de sódio (NUNES, 2004).

3. METODOLOGIA

A fase inicial dessa pesquisa foram levantadas informações e formação do banco de dados. As pesquisas foram realizadas com levantamento em fontes de dados disponíveis na Internet, legislações pertinentes, e em contatos com entidades, órgãos e instituições públicas estaduais, municipais e federais. A segunda fase foi realizada com base em pesquisa bibliográfica em livros, artigos, revistas, trabalhos e teses, e no banco de dados da Agência Goiana de Meio Ambiente em 2007. Para obter o conteúdo necessário para realizar a análise do panorama da reciclagem de baterias automotivas. Como forma de obtenção de dados e informações adicionais, foi realizada visita e entrevista junto a empresas que têm em sua linha de negócios a reciclagem de baterias automotivas, visando a atividade comercial. Foi avaliado o potencial da geração de resíduos sólidos, líquidos, gasosos e seus devidos tratamentos, quantificando o volume gerado, concentrações e disposições destes resíduos, levando em conta as condições climáticas no período de estudo, realizado no mês de agosto e setembro.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

A reciclagem é considerada uma prática associada ao desenvolvimento sustentável. Consiste em fazer voltar os resíduos ou produtos usados ao ciclo de produção industrial, agrícola ou artesanal. Reprocessados, os materiais ou resíduos retornam às fábricas como matéria prima, ao invés de serem despejados em aterros sanitários. O sucesso da reciclagem depende de uma séria de procedimentos internos como segregar os resíduos na fonte de geração em função de suas características, para evitar os custos futuros de separação e melhorar as características finais do produto reciclado. As baterias são a maior fonte para a indústria de chumbo secundário, a grade da bateria contém em torno de 90% de chumbo metálico e pode ser imediatamente fundida, sendo mais de 70% da produção mundial de chumbo é consumida na manufatura de baterias de chumbo, podendo ser reciclado várias vezes sem perder as propriedades do metal, tornando este processo importante, pois os problemas ambientais são menores levando em conta a problemática do processo de extração da matéria prima, visto que a reciclagem é viável desde que sejam tomadas todas as medidas preventivas. O processo atual de reciclagem de chumbo de bateria automotiva utiliza, na grande maioria o processo pirometalúrgico. Esta, além de exigir um considerável investimento de capital, é potencialmente poluidora em razão de emitir gases SOx (SO2, SO4, e outros) para atmosfera, os metais pesados quando absorvidos em grande quantidade podem causar problemas com saúde, pois os índices não podem ser superiores á 10 miligramas/decilitro de sangue, podendo atingir o sistema nervoso, a medula óssea e os rins, além de provocar danos ao meio ambiente.

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São feitos vários procedimentos industriais para reaproveitar as baterias, tendo como parâmetro a indústria visitada, onde será descrito passo a passo o processo produtivo o destino e tratamento dos resíduos gerados. As baterias são armazenadas em um galpão, posteriormente serradas e derramadas os restos de resíduos líquidos, (solução eletrolítica de baterias), contendo água, ácido sulfúrico e chumbo na forma solúvel e particulados sólidos, seguindo para estação de tratamento. Nesta primeira fase podemos fazer uma análise de riscos, onde o piso deve ser impermeável com queda para as canaletas coletoras dos resíduos líquidos, evitando assim uma possível contaminação do solo podendo atingir até o lençol freático. Outra análise neste local são as condições na qual os funcionários trabalham, devem usar EPI’s e EPC’s adequados para o tipo de trabalho para evitar possíveis acidentes e contaminações com resíduos. Após a serragem das baterias, o material é encaminhado para o desmonte onde as grades de chumbo são separadas da embalagem plástica. O processo de fundição é feito em fornos onde são colocadas as grades de chumbo, adicionadas de carvão vegetal e estilhaços de ferro para remoção das impurezas contidas no chumbo. A alimentação dos fornos é feita com óleo BPF ou óleo xisto e oxigênio elevando a temperatura em média de 450 a 700ºC, fundindo todos os metais contidos no forno, os lingotes de chumbo são despejados nas fôrmas e a escória é retirada separadamente, após o resfriamento é encaminhada para o galpão de rejeitos. A Figura 1 detalha o processo industrial da reciclagem do chumbo de baterias automotivas, mostrando a produção e o destino final de cada seguimento de resíduos.

Recebimento das sucatas de baterias

Desmontagem e separação das carcaças e das placas de chumbo

Carcaças

Resíduos Líquidos

Placas de chumbo

ETE

Forno de fundição

Trituradas

Armazenamento em bag

Água tratada

Reutilização na indústria

Lodo

Escória armazenada

Obtenção do chumbo

Gases liberados

Tratamento dos gases

Comercialização

Aterro industrial

Figura 1: Mostra o fluxograma da reciclagem de baterias automotivas.

Comercialização

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São analisados vários riscos com a fundição, o chumbo libera gases que podem provocar riscos de contaminação dos operários, vizinhança e o meio ambiente, vários cuidados devem ser tomados para o acondicionamento dos gases, fuligens e fumaças, são captados por coifas e tubulações que resfriam e sedimentam pelo caminho, seguindo para o filtro manga, as partículas são removidas após sedimentadas nos poços de visitas em pontos distintos, seguindo os gases para o filtro manga onde são filtradas e removidas as impurezas, o último equipamento é a chaminé que deve ter uma altura significante de oito a dez metros para facilitar a dispersão da fumaça. A Tabela 2 mostra os valores pesquisados pela CETESB nas industrias de reciclagem de baterias quanto à poluição atmosférica, relacionando os padrões aceitáveis de chumbo com os valores encontrados. Padrões de chumbo adotados pela Valores médios encontrados nas CETESB na atmosfera indústrias de reciclagem de baterias 1,5 microgramas/m3 9,7 microgramas/m3 Fonte: CETESB citado por WST. Engenharia, (2006).

Valores máximos encontrados 37,7 microgramas/m3

Os resíduos sólidos (escória) resultantes da fundição do chumbo, segundo as empresas pesquisadas correspondem em cerca de 16 a 25% do total fundido, estes resíduos devem permanecer em galpão coberto e depois encaminhado para um aterro industrial. Caso não sejam tomados os devidos cuidados os problemas podem ser graves, pois, este resíduo se trata de resíduos classe I, não inertes ou perigosos, capazes de degradar o meio ambiente e a saúde das pessoas envolvidas direta e indiretamente. Os demais resíduos sólidos produzidos como: papéis, plásticos, embalagens e outros, devem ser tratados e dispostos em recipientes adequados e descartados em locais apropriados. No caso da empresa visitada as condições que encontram os resíduos sólidos podem ser melhoradas, pois o galpão destinado ao armazenamento de escória está sobrecarregado, sendo estes expostos ao ar livre por falta de destino final, o piso possui muitas fraturas e presença de pó, podendo este estar contaminando o solo e recursos hídricos. A Tabela 3 detalha a quantidade de resíduos sólidos (escória) gerados no processo produtivo, os dados abaixo são com base a uma empresa visitada, levando em conta que todos os fornos trabalhem com capacidade máxima durante 365 dias do ano, podendo estes ter uma variação para outras empresas. Quantidade de fornos

Horas de funcionamento por dia

Capacidade de cada forno (t)

Recarga dos fornos por dia

03

24

10

02

Quantidade estimada de escória (%) 16 a 25

Escória gerada por dia (t) 9,6 a 15

Escória gerada por ano (t) 3.504,0 a 5.475,0

Fonte: GO metais LTDA.

A disposição dos resíduos líquidos dar-se por canaletas que encaminham a uma estação de tratamentos onde os resíduos constituídos basicamente de água de lavagem de pisos, solução eletrolítica de baterias contendo água, ácido sulfúrico, resíduos metálicos ionizáveis e não ionizáveis e particulados sólidos. O tratamento deve ser composto por sistemas convencionais, tendo um gradeamento simples, sistema de correção de PH, decantação primária com retenção de sobrenadantes , tanques de neutralização dotados de

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agitadores mecânicos, decantadores, tanques de acondicionamento de efluente tratado, leito de secagem com retorno do percolado para o sistema de tratamento e piscina de evaporação. No caso da indústria visitada o sistema de tratamento dos resíduos líquidos não possui todos os equipamentos citados acima que pode proporcionar uma melhor eficiência, estando operando apenas com parte dos equipamentos podendo assim não atingir os padrões de tratamentos necessários, visto que a mesma encontra-se em reforma. A Figura 2 mostra a serra onde são cortadas as baterias, desprendendo a parte metálica dos resíduos líquidos e da carcaça plástica.

Figura 2: Setembro, (2007).

A Figura 3 detalha as placas metálicas de chumbo das baterias, com algumas Impurezas que serão removidas no processo de fundição.

Figura 3: Setembro, (2007).

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A Figura 4 indica a quantidade de carcaças a serem destinadas à reciclagem, notando que as mesmas encontram-se em local descoberto, onde deveria estar em local coberto para evitar possível contaminação do solo.

Figura 4: Setembro, (2007).

A Figura 5 mostra o forno de fundição em operação, com coifas desde as laterais e sistema de alimentação.

Figura 5: Setembro, (2007).

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A figura 6 detalha os poços de visitas para limpeza das partículas sedimentadas e tubulações de resfriamento dos gases que seguirão para o filtro manga.

Figura 6: Setembro, (2007).

A Figura 7 demonstra o filtro manga, este possuindo 240 mangas para filtrar partículas nos gases emitidos, abaixo do filtro o pó de darmo que é um resíduo que volta para o processo produtivo, ao fundo pode ser visto a chaminé.

Figura 7: Setembro, (2007).

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A figura 8 mostra o galpão com um grande volume de escórias geradas no processo de fundição, aguardando destino adequado.

Figura 8: Setembro, (2007).

A Figura 9 indica o tanque de neutralização com agitador mecânica a esquerda da figura e decantadores, neste ponto são aplicados os neutralizantes e feitas as descargas de fundo dos resíduos para o leito de secagem ou piscina de evaporação.

Figura 9: setembro, (2007).

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A Figura 10 mostra os tanques de acondicionamento dos efluentes tratados, após receber o tratamento a água e reutilizada no interior da fábrica.

Figura 10: Setembro, (2007).

A Figura 11 visualiza a piscina de evaporação ou tanque de rejeitos, todas descargas de fundo dos decantadores são destinadas a este local que é impermeável, permanecendo sem tempo determinado, estes resíduos quando removidos devem seguir para um aterro industrial para não correr nenhum risco de contaminações por metais ionizáveis e não ionizáveis que pode estar contido no rejeito.

Figura 11: Setembro, (2007).

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5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

A reciclagem industrial como recuperação de matérias primas para sua reintrodução no ciclo produtivo possui requisitos e limites técnicos, mas será sempre uma atividade econômica com fins lucrativos. Otimizando o uso de recursos naturais e reduzindo o volume total de lixo a ser lançado na natureza. É certo também que os processos de reciclagem necessitam de constantes desenvolvimentos, no sentido da busca de menor impacto ambiental. Como toda reciclagem tem um papel muito importante para o meio ambiente, a de baterias automotivas não é diferente, sendo de grande importância para a não extração de matéria prima que causam problemas ambientais com alto grau de poluição, tornando a reciclagem importante por reduzir a quantidade de baterias descartadas e evitar a extração de matéria prima. As técnicas para o bom funcionamento destas atividades necessitam de monitoramento e controle do sistema produtivo, os tratamentos dos resíduos devem ser mais eficientes e com medidas contra acidentes, de forma a não correr riscos de impactos ambientais e problemas com a vizinhança devido emissões e descarte dos resíduos. Quanto a questão de saúde dos operários, devem ser realizado exames periódicos para controle de possíveis contaminações, procedimentos de segurança do trabalho não podem ficar em segundo plano. É muito importante que a vizinhança conheça os procedimentos da indústria e participe do controle e prevenção de toda empresa. Quanto ao bom desempenho ambiental, o processo produtivo deve seguir as normas e legislações, além de promover pesquisas para o melhor reaproveitamento dos resíduos gerados podendo manter estes em um ciclo produtivo, como sugestão a reintrodução de escória nos fornos como parte do carvão e ferro utilizado para remoção de impurezas. Outra sugestão seria a implantação de sistema de gestão ambiental (SGA), que proporciona maior aceitação dos produtos nos mercados exigentes, com isso a própria empresa terá uma maior preocupação nas questões ambientais devido o controle de qualidade e a garantia dos certificados.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CHACÓN-SANHUEZA, A.E., FONTANETTI, A.R., BOCCHI, N., “Sistemas Innovadores de Producción de Plomo” In: INTERNATIONAL CONFERENCE ON CLEAN TECHNOLOGIES FOR THE MINING INDUSSTRY, VI CTMI, 2004, Concepción , Chile. Anais em CD 2004. FELLENBERG, GUNTER. Introdução aos problemas da poluição ambiental. São Paulo. EPU: Springer: Ed. da Universidade de São Paulo, 1980. FERRACIN L.C., CHACÓN-SANHUEZA, A.E., DAVÓGLIO, R.A., ROCHA, L.O., CAFFEU, D.J., FONTANETTI, A.R., ROCHA-FILHO, R.C., BIAGGIO, S.R., BOCCHI, N., “Lead Recovery From A Typical Brazilian Sludge Of Exhausted Lead-Acid Batteries Using An Electrometallurgical Process”, Hydrometallurgy, v. 65, pp. 137–144, 2002.

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