LAILTON ARAÚJO MAR, MARMELO, MARMELEIRO POESIAS, POEMAS E INTUIÇÕES CRÔNICAS, CONTOS E CRÍTICAS TEATRO DA VIDA. São Paulo - SP - Brasil

August 3, 2017 | Author: Victorio Alcântara Frade | Category: N/A
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LAILTON ARAÚJO

MAR, MARMELO, MARMELEIRO POESIAS, POEMAS E INTUIÇÕES CRÔNICAS, CONTOS E CRÍTICAS TEATRO DA VIDA

São Paulo - SP - Brasil 1ª Edição - 2012

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Copyright © MXT - Produções Artísticas, 2012

Acervo Literário: Lailton Araújo Organização: Lailton Araújo Digitação: Lailton Araújo Diagramação: Lailton Araújo Revisão: Lailton Araújo Capa: Lailton Araújo "As novas regras ortográficas já estão valendo desde o dia 1º de janeiro de 2009, e de acordo com o decreto assinado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, haverá um período de transição até 2012 em que serão válidas as duas formas de escrever: a antiga e a nova." ( http://www.reformaortografica.com/ )

Mar, Marmelo, Marmeleiro: Poesias, Poemas e Intuições; Crônicas, Contos e Críticas; Teatro da Vida / Lailton Araújo - São Paulo: MXT - Produções Artísticas, 2012.

Índice para catálogo sistemático Em análise

Todos os direitos reservados à MXT - Produções Artísticas São Paulo, SP - Brasil Tel. (55-11) 9200-0987 [email protected] http://mxtproducoesartisticas.blogspot.com.br 2

DEDICATÓRIAS Meu Carinho e Motivo de Vida Tereza Batista, Sara Araújo, Lucas Araújo, Isac Araújo Minha Admiração e Educação Dona Dôra (minha mãe), Tia Lia, Tia Julieta Minha Bússola Socorro Araújo, Natércio Araújo Minha Amizade Especial Wanderley Araújo, Luizinho Salvador, Edson Xavier, Marisa Serranno, Lailson Santos, Laércio de Jesus, Sandra Ceccarini, Jarbas Humberto, Manoel Pacífico, Ray Montana, Cunhados e Cunhadas, Primos e Primas, Sobrinhos e Sobrinhas, Tios e Tias Meus Professores Adroaldo Bauer, Chico Anes, Cíntia Thomé, Edson Rossatto, Gerald Thomas, Joe Brazuca, Jorge da Cunha Lima, Josessandro Andrade, Luis Nassif, Millôr Fernandes, Ricardo Kotscho, Tão Gomes, Wilson Freire In Memoriam Luiz Pintor (meu pai), Gercina Gomes, Moacir Gomes, Gabriel Ferreira, Luzia Maria, Francisco Neto, Expedito Salvador, Enoque Salvador, Cassiano Salvador e Espíritos de Luz

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SUMÁRIO

009. APRESENTAÇÃO

POESIAS, POEMAS E INTUIÇÕES

013. A VIAGEM... SEM CIGARRO, PILEQUE OU PORRADA! 016. AO ANOITECER NA CIDADE 017. AS ASAS DA RAZÃO 018. CORDEL 36 EM REDONDILHAS 020. DENGUE, DENGOSO, MOSQUITO EU SOU 021. E O TEMPO NÃO DEVORA 022. FLORES EM 14 DE MARÇO 023. HORA DA CHEGADA AOS CAMPOS DE AMOR 024. ÍCAROS SEM ASAS - MENINOS 025. LIÇÕES DE VIDA DA NATUREZA 026. LUAR DE BRONZE 027. MANIFESTO, PROFECIA OU JOGO DE BEISEBOL? 029. O AMOR E O MAGO DO TEMPO 030. O QUE É SAUDADE?

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031. O SONHO ACABOU, A ROSA MORREU 033. O UNIVERSO E O AMOR 034. OS AVIÕES E OS FANTASMAS DO PASSADO 036. OS OLHOS ABERTOS DA METRÓPOLE TEIMOSA 038. OS OLHOS E A RAZÃO 040. PALAVRAS JOGADAS AO MAR 042. PARIS... FOTOS E SONHOS 043. PRECE DE DOMINGO 044. SEGUNDO DOMINGO DE MAIO... MÃE É VIDA! 045. TEOREMA DA REPRODUÇÃO 047. TRANSPARÊNCIAS DAS CORES 048. VISÕES DE TERÇA-FEIRA 049. VIVA A VIDA! VIVA O AMOR! 050. VOANDO COM AS ASAS DO TEMPO 051. ZUNIDO DO VENTO NORTE

CRÔNICAS, CONTOS E CRÍTICAS

055. A ABELHA E A ROSA 060. A EDUCAÇÃO É O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO? 061. A HUMANIDADE CAMINHA AO DEUS DARÁ 063. A IMPRENSA NÃO É SPAM...

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064. A MÍDIA CRITICA E NÃO DIZ NADA 067. A MULHER É A MÚSICA E POESIA DA CRIAÇÃO! 069. A PRODUÇÃO DA MÚSICA BRASILEIRA É HOMOGÊNEA 071. BRASIL - FICÇÃO OU REALIDADE? 073. BRINCANDO DE ESCREVER O ABSURDO... 075. BRINCANDO DE PENSADOR 077. COMPANHEIROS E COMPANHEIRAS... 078. DESABAFO DE CABRAL 080. DEZEMBRO, NATAL, ÉTICA E CONSUMO 084. DOMINGO, ROTINA, TIJOLOS E CONSTRUÇÃO 087. ELEFANTES BRANCOS, AZUIS, VERDES E AMARELOS 089. ESTÓRIA DE MATEMÁTICA, CULINÁRIA E POLÍTICA 090. EXPLICAÇÃO PARA A ORIGEM DO INTELECTUAL 093. FAROESTE QUASE CABOCLO 095. FELIZ NATAL E UM INCERTO ANO NOVO 100. GOVERNAR OU BRINCAR DE MANDAR? 103. MORANDO NO INTERIOR MINEIRO 105. NA CALMA DA REFLEXÃO APARECE A ALMA 107. NA PAUSA PARA A REFEIÇÃO... SUA ATENÇÃO! 109. O BRASIL DISCRIMINA A IDADE DA EXPERIÊNCIA 111. O DIREITO DE SER PALHAÇO E FAZER PALHAÇADA 113. O TEMPO ABSOLVE OU CONDENA UM CIDADÃO 115. PAIS OU PAÍS - A CAUSA DA VIOLÊNCIA É UM ACENTO

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118. PENSAR NÃO MACHUCA O CÉREBRO 122. PERGUNTAS E RESPOSTAS AO ACASO 124. PESQUISANDO ETANOL DESCOBRI ÁGUA EM PÓ 129. QUE SEJA DITO... O BRASIL NÃO É SÉRIO! 132. RIO DE JANEIRO, JANEIRO DE RIO 134. RUMOS CULTURAIS... FALTAM BÚSSOLAS! 137. TERREMOTO, PAC, BIODIESEL OU CACHAÇA 139. UMA FLOR SEM PÁSSARO É SOCIALISMO SEM MÚSICA

TEATRO DA VIDA

145. BRINCANDO DE CRITICAR, CRITICOU O NÃO CRITICADO

BIOGRAFIA

173. LAILTON ARAÚJO

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APRESENTAÇÃO Certo dia, eu estava cansado... O corpo doía. Não sei se era sábado, mas, era um dia claro. O sol brilhava e dezenas de pássaros cantavam. As crianças brincavam de pula-pula no jardim. Como se fosse o último dia de vida, casais namoravam. Eu teimava em sentir as dores do tempo. Sabia apenas que mais dias ou menos dias, viriam as sombras do passado ou nuvens. E todos os meus planos virariam pó... O futuro seria apenas mais uma meta inatingível. Lamentava por erros e acertos! Nunca havia fugido das trincheiras da guerra do viver. Batalhas do pão, água, vinho e paixão. Fiz amor, herdeiros, busquei a luz no fim do túnel. Como um jogador, blefei sem as cartas da vitória. Bebi licor, suco de caju, coca-cola e aguardente. Tentei fumar um cigarro: parei... Pensei no câncer! Até esqueci de tragar a fé, necessária à vida. Olhei no espelho... Os cabelos com mechas brancas, mediam a longevidade e sapiência. E sem querer senti saudade... Tempos bons eram aqueles de menino! Onde foi que errei? Fechei os olhos... Perguntei à minha consciência: como continuar novamente à busca da força? Meu corpo se aqueceu. Senti nova motivação movida à pausa... Ouvi: aceita uma xícara de chá? 9

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POESIAS, POEMAS E INTUIÇÕES

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A VIAGEM... SEM CIGARRO, PILEQUE OU PORRADA! Na longa viagem ao encontro das novas descobertas, conseguimos fotografar novas galáxias, e o Universo, tornou-se pequeno... Ficou chato, comprido, alto, largo! Colocamos uma sonda na barriga e outra no planeta Marte - somos os novos marcianos vermelhos, brancos, negros, amarelos, sem cor ou raça: metal barato, cachaça, cigarro! Tomamos posse sem violência, sem cara feia, com os pés de aço ou de lata, e a aparência - na forma de robô. Lunáticos: nunca mais seremos! Bebemos etanol; cheiramos fumaça! E a Lua e Marte são velhas histórias ultrapassadas... Viva o Homo sapiens! Derrubamos algumas torres. Levantamos outras. Talvez as que erguemos sejam mais altas que a bíblica Torre de Babel, ou mesmo: de papel... Estamos na batalha diária! Não somos terráqueos malucos... Aprendemos as lições de casa. Nos novos edifícios existem as vozes do diálogo e da tolerância... É samba, rap, reggae, rock!

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Nossas asas metálicas continuam evoluindo. Algumas quebraram! Caímos... Quem não cai? Pássaros também caem no primeiro vôo... É a lei da gravidade, Newton, Isaac... A asa e o vôo são relações já dominadas... Viva o Homo sapiens! Bebemos todos os vinhos possíveis. Brindamos em homenagem às novas conquistas profissionais, à saúde, à paz e à harmonia... Da literatura, do cinema, da música, da política! Superamos várias tragédias humanas. Furacões, terremotos, tsunamis e Titanics, agora são roteiros do moderno cinema comercial. É trash, é atual, é over, é animal! O pódio ficou pequeno para tantos atletas e suas vitórias. Homens e mulheres conquistaram novos recordes... Alguns, com anabolizantes! Outros com Anas, aborígines, antes e depois... Os limites - físico e emocional - já não entram em conflito com a ética... Viva o Homo sapiens! As fotografias coloridas e digitais mostram os continentes globalizados. Será que não existem conflitos religiosos, comerciais ou políticos? É viagem... Sem cigarro, pileque ou porrada!

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Será que caminhamos para uma nova era? Calma internauta! É um sonho! Continuamos na velha e complicada rotina terrestre... Correndo, comprando, comendo, cagando! Estamos mais velhos, mais confiantes, mais tolerantes e humanizados... Viva o Homo sapiens! E os viajantes da nave Terra seguem sua jornada... Até o novo Big Bang ou nova Big Band, ao som de Ray Charles, Cauby Peixoto, Ângela Maria e Frank Sinatra!

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AO ANOITECER NA CIDADE Deus! Segredo maior do Universo Necessito de paz espiritual Sinto medo ao encarar o perigo E covardia ao enfrentar o inimigo Talvez seja a fé não adubada Igual à flor sem poesia e canção Ilumine os meus passos Não quero cair nas trevas Preciso da capacidade De distinguir o certo e o errado E do sentimento de amor Para com meus semelhantes Quero vencer alguns obstáculos Que surgirem no percurso E sempre perdoar... Perdoar! Os que me fizerem sofrer Enquanto for matéria bruta Na velha esfera... Na Terra! Quero ainda sentir o seu sopro Independente de onde estiver E aprendendo... Talvez eleve a alma Ao grau permitido do plano espiritual E ajude outras vidas ou formas Carentes de luz, amor e paz

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AS ASAS DA RAZÃO As asas de qualquer ser humano Crescem de acordo com a visão Ficam atrofiadas, sem utilidades Ou grandes, iguais as do avião Ter asas e não saber como voar É ter os pés amarrados ao chão Naquele sonho: ainda de criança Voar não tinha qualquer eficácia Batia asas, igual a uma avestruz Pensando na rapidez das águias Muitas vezes, caía machucado Coberto com flores das acácias As asas estão nos pássaros Nos insetos, mísseis e aviões Tais asas que você me dava Tinham seus limites e paixões Hoje tenho as asas cortadas Sem perguntar quais as razões Quem voa com as próprias asas Viaja independente de um motor Sobrevoa os rios, serras e mares E busca no horizonte o seu valor Sem asas, aprisiona-se o futuro No vôo cego sem radar, sem visor

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CORDEL 36 EM REDONDILHAS Sertão e Escritor Sertão é a terra de poeta Poeta escreve no cordel Cordel rima na métrica Métrica é poesia e papel Papel é moldura do autor Autor, artesão e escritor Escritor e Cor Escritor aprende a escrever Escrever a soma da criação Criação é cria de o novo ser Ser o criador na imensidão Imensidão tem o seu valor Valor sem a moeda e a cor Cor e Norma Cor da vida e viva a ética Ética é palavra que limita Limita o certo na técnica Técnica é que padroniza Padroniza, imita, deforma Deforma a forma e norma

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Norma e Loucura Norma é nome de mulher Mulher, formosa, bem doce Doce lambuzado na colher Colher que engana a corte Corte sem amor e leitura Leitura sem vida é loucura Loucura e Nascer Loucura maltrata o mote Mote de morte é desilusão Desilusão é inverso da sorte Sorte, azar, perde-se a razão Razão de ser, viver e morrer Morrer jamais se arte nascer Nascer e Violão Nascer da literatura de cordel Cordel, pai e mãe do escritor Escritor é oposição de coronel Coronel, abusado ou seu doutor Doutor é nome forte no Sertão Sertão de poetas, rimas e violão

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DENGUE, DENGOSO, MOSQUITO EU SOU Mamãe, quando eu crescer quero ir ao topo E sair em todos os canais da mídia moderna Igual a você, mosquito da dengue: famoso Que pica o povo do condomínio ou da favela Vão dizer que sou mais um mosquito medroso Por falar que favela não é lugar de mortandade Lá se queima um bagulho no mosquito dengoso E as crianças sobrevivem: viva a comunidade O fumacê virou na contramão, sem uma meta Saci-pererê fumou, baseado na forma amadora Sou assim, sou Aedes aegypti, dengue na certa Ai de ti, não é dengo, é epidemia assustadora PAC, abandono, conversa fiada e picadas Trinta e cinco mil sofrem no Rio de Janeiro Quarenta pessoas embalsamadas, são almas Sofridas, penadas, por descaso do embusteiro Mamãe... Quero ser um mosquito valente É melhor que ser um tal vampiro impostor Livre no Brasil, bebo sangue, mato gente Sem prevenção, sem direção, aqui eu estou

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E O TEMPO NÃO DEVORA Primeiro Tempo Será que sou um passageiro de um trem noturno, viajante sem rumo nas terras européias? Será que sou um cidadão do mundo, nos aviões, voando sem metas nas retas continentais? Talvez eu seja um aprendiz de poeta, escrevendo os versos que voam e viajam sem métricas Segundo Tempo Será que sou o protetor dos desertos, guardião órfão, guerreiro sem armas, lutando por igualdade? Será que sou o cantor das minorias, amado e odiado por críticos ferozes, nas arenas das comunicações? Talvez eu seja um homem tímido, buscando novo ar e formas de sobrevivência, sem dá um único grito Terceiro Tempo Sei que não sei o que sou e não saberei o que virá, e viajarei nesse mundo seguindo o que Deus mandar Serei sempre um andarilho, nas novas vielas do acaso, e falarei de amor em versos longos e abstratos Foi o coração que aproximou os nossos caminhos, nas distâncias que o tempo marca e não devora

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FLORES EM 14 DE MARÇO O que é uma flor? É um nome de menina Brilhando no jardim É um corpo de bailarina Perfumado com jasmim Flor branca é de paz Vermelha é de calor Amarela ficou atrás O que é o amor? É um buquê de cores Azuis do céu e mar Com rosas e outras flores É o convite para amar Flor lembra o pecado Mil beijos e batons No cheiro ao acaso O que é a vida? É um vaso e uma flor Na janela, tão bonita Soltando mais um odor Como faz uma orquídea Flor, amor e vida Sem rimas e outros sons São motes do dia a dia

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HORA DA CHEGADA AOS CAMPOS DE AMOR Cavalgando nos campos do criador Escuto sons, sinfonias em mi bemol Vejo as formas brancas: são bonitas Deus existe em sua plenitude maior Como é belo o outro lado da vida Eu vejo os antepassados... Amigos E vem a luz maior acompanhar-me Sinto a presença do Pai Celestial E um conjunto de luzes - perfeitas Que se abrem em diversos tons O céu confunde-se com a Terra Não existe fronteira na imensidão Tudo flui e novas cores se formam Como o sol refletindo... É o arco-íris E os corpos atravessam o campo Sinto o amor brotando na alma Sem o rancor que tanto machucava A matéria doente, desapareceu E o cheiro das flores na tarde Torna-se um ato de pura sintonia Com a presença de Deus, espírito Sinto o apoio que tanto necessitava Sei onde estou, sinto muita calma Como também sinto toda harmonia E a paz sonhada na nova morada 23

ÍCAROS SEM ASAS - MENINOS A mulher é o brilho de todas as galáxias Nos grãos de estrelas, poeiras cadentes Nas constelações, os olhos dela alumiam Signo de Aquário: o homem transcendente Como seria esse mistério estrelar sem ela? A mulher, nesse reino é princesa ou rainha Nos relatos escritos há séculos ou milênios Ela é a mágica da poção, é fada madrinha Tantos e tantos trovadores... Já cantaram A beleza sensual e feminina em serenatas Muitos guerreiros e armaduras esfacelaram Em duelos defendendo a honra das amadas Os milênios correram no segredo do tempo Iguais ao trote do cavalo no Espaço Sideral E o homem em Sagitário, procura atento Na saga, ele verá a vitória do amor natural São os seios as inspirações da Via Láctea Doce, leite que corre, dos fartos mamilos Saciando a fome de amor dos astronautas Ícaros sem asas, nós somos quase meninos

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LIÇÕES DE VIDA DA NATUREZA Quando não se fala, vê e ouve nada É o sol ou solidão no meio do Sertão Parece uma flor de cactos, colorida Ou brisa da noite, no fim de estação A fé balança, no riacho, na canoa Qualquer pessoa esquece a oração Na colheita da plantação, ressurgirá A semente do novo modo de plantar O ser humano sente a dor no coração O abandono é mais um saco utilizado Sem o rótulo do que tinha no interior É o começo da tempestade tropical Onde ventos destroem o barco a vapor Com adeus, sem adeus, só Deus sabe Os cacos que ficaram de um sofredor É igual a dormir e sonhar sem jeito Na visão de quem ama sem um beijo O ser humano chora lágrimas de amor A tristeza machuca igual à agressão O silêncio é masmorra de condenado Nos tribunais, a vida busca a defesa Com palavras da lei e atitudes de fato Se o choro é o segredo da humildade O forte rir das lágrimas do corpo fraco As gotículas nas folhas ao amanhecer Fazem a velha planta, brotar e crescer O ser humano aprende com outro lado

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LUAR DE BRONZE Nos becos falam que somos Seres - vivendo e perdidos Nas bocas soam os gritos Dos corpos e cromossomos É sangue jorrando no peito Na sombra da minha visão Nas broncas daquela ilusão Não tenho nenhum segredo No papel, o olho é de louca Sem crítica ou credo milenar Sangrando eu perco a força Na terra: sou um lobo do mar Gerando a cria, viva o cio Do horizonte vem a intuição Nas longas jornadas serão Seres maternos e conflitos O andar já não toca o chão A voz canta o luar de bronze Se falar muito, mente, some Reproduz fielmente o padrão São corpos levando as pedras No vapor, na névoa e fumaça É o ódio disputando a matéria É o amor aquecendo a massa

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MANIFESTO, PROFECIA OU JOGO DE BEISEBOL? Deus, perdoe os Bush’s, os Blair’s, Hugo Chaves’s e outras personalidades! Ano 2012, eleições nos EUA, medo de atentados e Obama (X) Republicanos. Globalização, computadores, tablets, aumentos e quedas na Bolsa de Nasdaq. Inflação aparentemente controlada, Brasil observando, Dilma’s e ministros nas eleições. Bancos baixando juros e consumo mundial em retração. São as novas regras econômicas. Tio San dorme na Índia e desperta na China. As caravanas trocaram as rotas... A Síria é bola da vez! Os aliados tentam pacificar o Afeganistão e abandonam o Iraque. San Francisco será a capital da liberdade? A ponte Golden Gate pertence à arte. Será primavera na Califórnia? Cuba já tem sua sexta-feira santa e católica. Deus, salve o planeta Terra! Adeus Bush, Blair, Osama Bin Laden e Muammar Kadhafi. 27

O ódio, nunca mais será plantado nas futuras gerações humanas... Quem sabe! A Europa e a Zona do Euro, tremem! Falta confiança entre os países membros. É o tempo... Velhas e atuais ações mofam nos bancos centrais do mundo. Jornalistas morrem em campo... Georgia On My Mind, Ray Charles (X) Ku Klux Klan. Irã, Coréia do Norte, primavera árabe... Salve-se quem puder! Nova Ordem Mundial? Nó na garganta! Genealogia do rebuliço? Falta de tolerância? Onde está Barack Obama?

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O AMOR E O MAGO DO TEMPO Meu Deus! Eu gostaria de ser um mago Para implantar no meio da humanidade Corações pulsantes queimando de amor Como seria este mundo? E a coerência? Homens e mulheres buscando amizades E o sorriso no rosto expressando carinho Meu Deus! Se eu fosse o que não sou Entraria no peito dos solitários, ou casais Como a flecha do cupido no alvo marcado Derreteria o gelo dos corpos, sem jogos Faria o fogo queimar, com ou sem paixão E as pessoas sem brilho - seriam estrelas Meu Deus! Como vou modificar o mundo? Sou apenas um aprendiz mundano e ator E não é fácil enganar neste palco sagrado Se um sonho faz o adulto ser criança O amor pode existir no coração apático E renascer do elo perdido, tempo ou era Quem sabe, um dia! Talvez: ensolarado Os seres humanos viverão em harmonia E no teatro da vida, não existirá máscara

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O QUE É SAUDADE? Quando o coração arde sem um ferimento O corpo sangra sem uma gota de sangue E as lágrimas molham as faces de alguém É a saudade na pura e profunda emoção A saudade faz a gente sobrevoar os mares E ver as imagens de quem foi ou chegará Faz o homem recordar a mulher que amou E a mulher esperar o seu homem amado A saudade é única: não tem comparação Às vezes machuca, outras vezes é alegria Saudade da infância - dos amigos de rua Saudade das brincadeiras e travessuras Quem não sente saudade, não sabe viver Quem não sente saudade, não sabe amar Viver e amar é deixar o tempo envelhecer As mechas dos cabelos esbranquiçados A saudade vem quando se quer um retorno Do que foi bom ou será bom mais uma vez Saudade do pai e da mãe: tantas lembranças Saudade do primeiro beijo: quem não beijou? Saudade do primeiro brinquedo de criança Saudade do primeiro adeus... Com Deus! Saudade de sentir saudade... Isso é doçura Saudade é assim, você só conhece sentindo

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