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March 23, 2017 | Author: Artur Casqueira Henriques | Category: N/A
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Artaud, o surrealista, depois de ter ANTONIN passados 9 anos no manicômio de Rodez, acaba de fazer sua "rentrée" em Paris, publicando um panfleto de violência inédita: "Van Gogh, lc suicide de Ia socicté". Em face das experien# cias dolorosas do autor compreende-se essa tentativa de auto-dramatização, Artaud mirando-se na espelho da vida infeliz do grande pintor. No fundo, aquele panfleto só revela de novo o caráter intensamente romântico do . surrealismo: mais uma vez denuncia-se a sociedade que não compreende o grande artista, o indivíduo absoluto. Essa incompreensão seria o destino típico dos grandes precursores. E Van Gogh foi precursor: a sua situação é das mais tragicamente isola» das, entre o impresslonismo de um lado e, doutro lado, a nova "Escola dc Paris" de 1910. Assim tudo parece ciaro como a representação de uma tragédia grega sob o céu sereno da Provença, lá onde o destino de Van Gogh se cumpriu. Alas Van Gogh é tudo menos clássico; nem sequer, um clássico incompre- endido. Já vaie a pena per-., por que não o " guntar compreenderam, nem na França, a Grécia dos tempos modernos e ao mesmo tempo, o país dos grandes experimentos artísticos, nem na Holanda, país em que nasceu essa alma perturbada. Pois Van Gogh é hojandês, natural tia província do Brabante, conterrâneo de Brueghel,. Aquela interpretação de Van Gogh como fi-' gura intermediária entre o impresslonismo e a nova "Escola de Paris", considerando-o como pintor francês, baseia-se no fato de que a França lhe abriu os olhos: os seus quadros tipicamente "goghianos" foram pintados na França. A fase holandesa de Van Gogh só é um prelúdio aos últimos - 5 anos, mas 5 anos apenas, da vida do pintor, passados na França. As raizes de Van Gogh, é preciso procurá-las na Holanda. Há pouco organizaram no Museu Municipal de Amsterdam —• baseio-me -em inf òrmaçíio do critico F. M. Huebner — uma exposição "Vincent Van Gogh entre os seus contemporâneos holandcses". Espetáculo esquisito: as naturezas-mortas e paisagens apocalípticas de Aries cm meio de marinhas calmas, pescadores, camponeses, vacas sedentárias, dessa pintura modestamente realista e bem solida dos Maris Mauve, Israels, Breítner, que adotariam mais tarde a maneira impressionista apenas como mais um recurso do seu realismo herdado e inato. Van Gogh, se tivesse permanecido na Holanda, também pintaria assim, acabando em calma os dias de uma existência burguesa ? _Van Gogh, no começo, é tão holandês como os Mauve e Maris; tintas escuras, rea- » lismo estático que também é da tradição nacional: os Gerard Don, Nicolas Mães, De Hoogh e Vermeer transformam tudo, paisagens, marinhas, cenas de "genre", "intérieurs" e até retratos em naturezas-mortas. Van Gogh também pintará, durante a ' vida toda, naturezas-mortas; mas não serão estáticas. A primeira revelação pieJawtaa

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Paisagem na Provença,

(1896) — VAN GOGH

VAN GOGH, HOLANDÊS

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OTTO MARIA CARPEAVX Mas não tanto o realismo de Millct, pouco superior ao daqueles contemporâneos holandeses, do que a emoção religiosa do do quase "Angelus" em face pintor da natureza e do homem. Van Gogh, :io de pastor protestante, a oi ele mesmo teólogo fracassado; depois, quis evangelizar os trabalhadores de minas da região do Borinage. A crise religiosa daqueles dias ainda não se revela na paleta, tradicionalmente escura; antes no desenho, violento até a caricatura. Na aldeia de Nuenen, no Brabante, pintou os camponeses e tecelões da região como se fossem monstros deformados pela miséria: uma realidade realista e no entanto fantastica (na vizinhança de Nuenen fica a aldeia de Brueghel, da qual tem'o nome outro grande realista fantástico). Os quadros dessa fase dc Van Gogh são tradicionalmente escuros: marron, preto azulado, luzes essas tintas pálidas. Mas não representam a realidade. A paisagem do Brabante é uma das mais iluminadas do mundo, resplandescente dc luz em cima de campos dourados. Mas pintou-os escurós aquele que pintará mais tarde campos de trigo incendiados da Provença, da mesma Provença que a otitros já se afigurava quente

VISION AR

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Em vários sentidos esse in- França: nova vida de um Para os baratos chape ps do dividualista absoluto lembra "twice-born" ao qual o céu inverno do des ino". o outro grande visionário da se abre em visões. — Bempintura holandesa Para Van Gogh lünca A França foi, para Van brandt, ele também incom- Gogh, che/.ou o dia em que «ncMM, .««MMnMMjMiih homem com o irmão. Mas, sue*f*r# -pondo assim, enganaram-se. «MM»IMIUM. J... ^__ Enganaram-se. repito, porque eu, o velho Djalma Viana, ho**" ¦ > —— i—-ja^s_^ .SU—, mem de coração ' -in -¦ *•**•—•"——¦ "vai em de pedra, tipo i i. não ... »«» que papas e nem 1L!A *¦ ns'^***-**^*"^*1.. _ **'" "¦"«* *• >>w em ladainhas, estou resolvido a gritar: Onde «¦ M SUk - m*j*~tomumm->7]7 que roubaram Luiz Soares? E que vocês meus leitores, jã que ainda é cedo para entrar a policia em ação, fiquem prevenidos. Que vocês, leitores, não se iludam: os quadros de uomuw itfiuiion.iw «unoj Luiz Soares vão começar a ser vendidos! Com os olhos sos ensaios, poemas e páginas de abertos, as màos também.aberficçso, destacam-se os seguintes tas, ex'gem de quem quer que trabalhos: "A geração de Brnsifale em venda de um quadro lio Machado", de Almeida Saltes, do pintor os documentos - de "Significação da Literatura Francompra e venda. O vendedor c:sa", de Roland Corbisier, "O não os tend'0, já sabem: Chamem a policia! ProLIerna Demográfico do Brasil", E que ninguém se deixe lede Luiz Amaral, " Carta a Cássiavar por essa historia do pinno Ricardo", de Cassiano/ Ricartor ter oferecido — a triste "Sertillanges", do, de Margarida morte do pintor, em um asilo, "Do Corbisier, espólio de Saintsem amigos e sem recursos, Exupsry", de Alcântara Silveira, elimina radicalmente semelhajite argumento. poemas de José Tavares de MiranLuiz Soares, o pintor, morreu na mlda e Maria José de Carvalho e um seria. Morreu sozinho. Morto, N excelente conto de Francisco Braquase não teve enterro. Ensileiro. ferrado, não tem mausoléu. Sccções sobre cinema, teatro, Luiz Soares, no fundo í pois, musica, crítica de livros estranda; terra, na quadra do cemigeiros e nacionais, notas e co- teria, precisa dos seus quadros. meniáriost E esses quadros precisam ser enriquecem ainda recuperados. Mas, mesmo que mais este número de "COLÉGIO", não o sejam, a sua imagem todo êle realizado dentro de um permnneça como um exemplo erirério que se valoriza pela sua para os que ficaram. Um seriedade, seu sentido construtivo exemplo que não pode e nem L e sus atmosfera de cjbjíc. ílcve ser escpiççidó,

03,'número íe "Colégio"

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Domingo, 5-12-1948 I

Aciiha de ser publicado, pelo Instituto Progresso Kdílmlal de Suo Paulo, o livro de estrela de Vlwnlo Ferreiro d» Silva, inlliulado "Ensaios Filosóficos". Nesle volume, em que oslfip reunidos vários trabalhos quase todos inéditos, o jovem pensador ¦ ma BÉLcr paulista afirma, de maneira Incqulvoea, a sua npVdáo. tão' rara no Hrasll, para o estudo (. a medilação dos temas da filosofa. Trazendo uma contribuição que p.-la segurança c profundidade com que se apresenta, está destinada a despertar o mais vivo interesse nos círculos intelectuais do pais. . Ressaltaríamos, entre os trabalhos publicados nos "Ensaios Filosóficos, o capitulo dedicado no existencialismo de Jenn-Paul Sarlre, que c, talvez, o que de mais já se escreveu entre nós sobre o autor de "L'Etrc et lc Neaul". Esperamos o livro de estréia do fundador do "Colégio Livre que de Estudos Superiores", receba da critica c do público o acolhimento que merece.

Uma de Capistrano de Abreu Conta Domício da Gama que Capistrano de Abreu, nas cartas que lhe escrevia para a Europa, limitavase a pôr semente como endereço "Paris", certo .de que, sendo o serviço postal muito bem feito na França, não lhe seria difícil encaminhar a carta para a residência do escritor e diplomata. Acontecia, porém, Irem as missivas para a posta-restante, onde Domicio da Gama regularmente as recolhia.

Um editor brasileiro em Paris Os semanários parisienses "Arts" c "Gazéllc de:, * Lettrcs" em números recentes acabam de fazer alusão às iniciativas editoriais de um "pur a diste", que sob a designação "La Presse á Uras" vem publicando com carinho c bom gosto preciosas "plaqucttcs". Êssc "pur artislc" que "Arts*' designa pelo simples nome de Monteiro, não é outro senão o nosso patrício Vicente Rego Monteiro, pintor pernambucano, que há muitos anos reside em Paris um contato muito intirao com a vida artística e intelectual francesa. liúltimas edições de "La Presse à Uras",' guram como as obras "Menaces de Mort". de Pierre Seghers — que, por sinal, foi também ultimamente o editor de um brasileiro, o Sr. Tavares Bastos — c "Messagc amical de poesie", em que o; nome de Seghers se associa ao do próprio Rego Monteiro, de Máürlcc Fomkeure, Jean Foílain o outros.

A propósito úo aparecimento de "ingleses no Brasil" A Sociedade Brasileira de. Cultura Inglesa recepcionou, no dia 26 de novembro último o escritor (lilberto Freyrc, que acaba de publicar um importante ensaio sobre "Ingleses no Brasil". "A reunião esteve muito concorrida, tendo Gilberto Freyre ocasião de oferecer ao embaixador da Grã-Bretanha lim exemplar fora de comércio da referida obra. Discursaram durante a cerimônia, além do autor de "Ingleses nó 'lirasil", o Sr. Afonso Pena Júnior c o embaixador inglês.

Uma coleção de clássicos

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Digna de atenção é a coleção. "Clássicos. Jackson", que acaba de aparecer, em vinte volumes e no. qual. 6 apresentada cm excelentes traduções, com prefácios e notações, uma seleção de obras fundamentais da li- . teratura universal, como a "Divina Comédia", os "Lu? siadas", de Camões, as "Orações", de Cícero. Dois.nomes brasileiros figuram, com muito acerto, nesse quadjro: Joaquim Nabiiço c João da Silva Lisboa, csçritores que para a -língua portuguesa, possuem realmente a categoria de clássicos. A coleção, organizada pelo Sr. Henrique de Campos, que sem nenhum espirito de improvisação, se empenhou em nos dar um (trabalho tanto quanto ppssivçl perfeito, vem indis•cutivelmcntc suprir uma falha em nosso meio, onde iDscasseiam traduções de* clássicos e não existe nenhuma adição no feilio da presente. Deve-se ainda -salientar a apresentação ''material e gráfica dos volumes, luxuo-. sa.c elegante.

Amadeíi Amaral, prosador Iniciando a publicação das obras completas de Amadeu Amaral, a Ipê apresenta hoje o livro "Tradiçòes populares", reunindo uma série de estudos folclóricos que de certo se conservariam inteiramente ignorados não fora essa iniciativa oportuna. Amadeu Amaral reunia às suas qualidades de poeta as de perquisador erudito. Seu próprio estilo na prosa é um estilo de erudito, sem arroubos, sereno, calculado e preciso. A publicação de suas obras completas vai revelá-lo a um puúViCií sob esse1 aspecto pouco conhecido: o ' /flianüe 'lie prosador, no qual êle atingiu, sem dúvida, um alto grau de apuro e segurança.

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Contribuição de Affonso Penna Jr. à Exposição de Artistas Mineiros Por iniciativa dp Sr. Machado Sobrinho, prc.sidente do Centro Mineiro, será brevemente realizada nesta capital uma Exposição de Quadros de Artistas Montanbescs. Essa mostra de arte, que está sendo esperada com 0 maior interesse, apresentará o desenvolvimento e us diretrizes das ar!es plásticas em Minas. O acadêmico Affonso Penna Júnior,-'ampliando o interesse dessa mostra, cedeu aos expositores quadros de Aníbal Matos, Fernandino Júnior, Geneseo Murla, Ester de Aljasida Alatos e Cornclio Pena,

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Pr.c-in tlc José Tavares de Miranda

Pronst-Clube

Livro de esfréia de Vicente Ferreira da Silva 4

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Kbm "Voz em Urgâslulo". cuja meira parte foi puhlicada no ,ii' ;!." lUUUéro da revista "Colégio", •losc a vares de Miranda, rompeupoesia do com o sentido da sua anterior, eleva-sc. no plano da grnndc o eterna poesia. co»i**ndo. a solidão e o desamparo dos lioiikmis perdidos no mundo. A temática do seu canto deixa de- ser agora o passado do poeta, de suas aventuras e impressões próprias, para coincidir com a siInação mesma do homem* e com o seu drama essencial, com a In»¥.«>¦ ^•«. K* quiclaçáo c 0 desespero da sua existência; de exilado, prisioneiro do Tempo o da meinória, prisioneiro tlc Deus (. iló pecado. Êssc poela, que Antônio Cândido chamou certa vez deim puro, pertence h categoria dos impetuosos c dos Iranshordanles, daqueles que não temem as palavras b cujo canto nasce do sofrimento c do sangue.

"Proust-Cliilie" brnslle''. FUNDADORES do ro, organizado com o fim de corresponder á projeção do Importante acontecimento Utera"No rio Io ano • - a publicação, cm português, de — Can inli.i de Swann" elegeram a nova composição do referido movimento, para o trlcni,, 1040-1051, que flcòii assim constituída: Conselho de Administração — Jayme Adour da CAnuira, Lúcia Mlgüel-Perclrn c Augusto .Meyer: .Conselhos Técnicos — OetacUlo Alecrhn, da Divisão de Estudos; Kvahhr Coutlnho, d.i Divisão de Temas, Josué Montelo, dn Divisão de Doeumenlaçáo, Álvaro Lins, ü» Divisão de Cursos, o Eustaquio Duarte, diretor da "Província de Combray", rcpertÔrlo de estudos a ser lançado pelo Clube; Conselho dos Membros Titulares: Adonlas Filho, Afonso Arinos do Melo Franco, Alcântara Silveira, Alcides Carneiro, Almeida Sales /Antônio Bento, Antônio Noronha Santos, Augusto FreriVneo Scbmidt, Carlos Drumond de Andrade, Ciro dos Anjos, Jorge de Lima, Jorge Lace.-da, José Conde, José Lins do Hego, José Simcão Leal, Ledo Ivo, LIgift Fagundes Teles, Mario Quinlumi, Maurício Itosenblat, Otávio de Faria, Prudente de Morais Neto, Halmuiido Castro Mnya, Roberto Alvim Corrêa, Hocha Filho, llui Coelho, Saldanha Coelho, Santa Posa, Sérgio Buarquc de Holanda, Tcmistòçlcs Cavalcanti, Valdemar Cavalcanti e Violeta Alcântara Carreira. .^; S

Comelio Penna ainda este ano

Um prêmio de 20 mil cruzeiros para o melhor livro sobre Silvio Romero Seguiúlo noticias procedenles de Aracaju, ò fl«vernòdor ü"rniitano vem de sancionar lei da Assemblèia Legislativa do Estado inslttuitulo um prêmio, na importancia de vinte mil cruzeiros, à ser conferido ao autor da melhor obra sabre Silvio Homero, publicada até lc de abril de 1951, quando se comemorará p centenário jlé nascimento do grande escritor brasileiro. O julgamento dos trabalhos apresentados será feito por uma comissão constituída de membros da Academia Sergipana de Lctras% do Inullluto Histórico e Geográfico de Sergipe c da Associação Serir pana de imprensa.

"0rféu"—-Poesia 1.948

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