May 4, 2016 | Author: Eduardo da Costa Sacramento | Category: N/A
III Congresso Internacional de Atualização em Neurociência Einstein e Cleveland Clinic
A Genética das Distonias Patricia de Carvalho Aguiar
Instituto do Cérebro IIEP – Hospital Israelita Albert Einstein Dep. De Neurologia e Neurocirurgia- Universidade Federal de São Paulo
Distonias: formas geneticamente definidas Tipos de Distonia
Herança
Lócus
Gene/ Proteína
DYT1 DYT2 DYT3 DYT4 DYT5
Distonia generalizada de início precoce Distonia generalizada de início precoce Distonia-Parkinsonismo lidada ao X; Lubag Distonia não ligada ao DYT1 Distonia Dopa-responsiva (Segawa)
AD AR XR AD AD
9q34 ? Xq13.1 ? 14q22.1- q22.2
DYT1/ Torsina A ? TAF1/TAF1 ? GCHI /GTP ciclo-hidrolase I
DYT6 DYT7 DYT8 DYT9
Distonia de fenótipo misto (adolescência) Distonia focal (adulto) PNKD CSE
AD AD AD AD
8p11.21 18p 2q33-q35 1p21
THAP1/ THAP1 ? PNKD1/ MR1 ?
DYT10 DYT11 DYT12 DYT13 DYT14 DYT15 DYT16 DYT17 DYT18 DYT19 DYT20 TH
PKD Distonia-Mioclonia Distonia-Parkinsonismo de início rápido Distonia crânio-cervical Distonia Dopa-responsiva Distonia-mioclonia Distonia- Parkinsonismo de início precoce Distonia primária AR Distonia paroxística induzida por exercício PKD2 ? PNKD2? Distonia Dopa-responsiva
AD AD AD AD AD AD AR AR AD
16p11.2 - q12.1 7q21 19q13 1p36.32-p36.13 14q13? 18p11 2q31.2 20p11.2-q13.12 1p31.3–p35 16q13-q22.1 2q31 11p15.5
? SGCE/ epsilon sarcoglicana ATP1A3/ ATPase Na,K alfa 3 ? ? ? PRKRA/ PRKRA ? SLC2A1/ GLUT1 ? ? TH/ Tirosina hidroxilase
AR
Distonias primárias
Distonias plus Distonia parkinsonismo Distonia mioclonia
Distonias – plus Distonias com parkinsonismo DYT3: distonia parkinsonismo ligada ao X (Lubag) DYT5: distonia dopa- responsiva DYT12: distonia- parkinsonismo de início rápido DYT16: distonia- parkinsonismo de início precoce
Distonia e mioclonia DYT11: distonia-mioclonia sensível ao álcool DYT15: distonia-mioclonia sensível ao álcool
DYT5 - distonia dopa responsiva
Distonia dopa-responsiva (Segawa) Herança: AD; penetrância variável ( 87% dos casos são mulheres ) Idade de início: primeira década de vida Distonia; flutuação diurna; parkinsonismo; hiperreflexia Ótima resposta à levodopa Atraso no diagnóstico
Distonia dopa responsiva
DYT5 - distonia dopa responsiva
Espectro clínico se expandiu: parkinsonismo na idade adulta distonia com remissão espontânea distonia oromandibular espasticidade com RDNPM hipotonia generalizada com fraqueza proximal
DYT5 - distonia dopa responsiva
Lócus 14q22.1-q22.2 Gene: GCH1 (Ichinose et al, 1994). Proteína: GTP ciclohidrolase I Cerca de uma centena de mutações descritas: heterozigotos; heterozigotos compostos; homozigotos. 30-40% dos casos são negativos para mutações neste gene.
SÍNTESE DE DOPAMINA
Patricia A. Lawlor and Matthew J. During. Expert Reviews in Molecular Medicine Vol. 6; Issue 5; 2 March 2004
DYT5- Diagnóstico diferencial Parkinsonismo Juvenil (PARK2) Outras formas de distonia dopa-responsiva
Deficiência de Tirosina Hidroxilase (AR): a mais comum dentre as formas AR. Cursa com encefalopatia infantil progressiva.
Outras formas de hiperfenilalaninemia (convulsões, RDNPM, hipertonia dos membros, hipotonia do tronco, movimentos involuntários).
DYT11- Distonia mioclonia sensível ao álcool
DYT11- Distonia mioclonia sensível ao álcool
Distonia-Mioclonia Lócus: 7q21 (um segundo lócus foi descrito no 18p11- DYT15) Gene: SGCE (Zimprich et al, 2001). Proteína: epsilon sarcoglicana. Herança: AD; penetrância variável (imprinting materno?).
DYT11- Distonia mioclonia sensível ao álcool Início: primeira ou segunda década de vida. Distonia e/ou mioclonia membros superiores e região cervical; melhora com álcool. Sintomas psiquiátricos. Epilepsia não é mais critério de exclusão. Brasil: casos descritos com mutação nova e mutação de novo (Borges et al, Mov Disord 2007 Jun 15;22(8):1208-9.)
Distonia mioclonia
M-D family displaying reduced penetrance associated with maternal inheritance
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**
Distonias primárias
DISTONIAS PRIMÁRIAS
DYT1: distonia primária de início precoce DYT2: distonia primária de início precoce AR DYT4: disfonia sussurrante DYT6: distonia de fenótipo misto da adolescência DYT7: distonia focal do adulto DTT13: distonia craniocervical DYT17: distonia primária AR
Distonias Primárias Faixa etária x Distribuição corporal
Número de pacientes
80
60
40
20
0 0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Idade de início (anos) Focal
Segmentar
Generalizada
New York Neurological Institute (Bressman)
DYT1- Distonia primária de início precoce Distonia de torção primária AD de início precoce Herança: AD; penetrância 30 a 40 %. Prevalência: 1:160000 na população geral (até 1:2000 entre judeus Ashkenazi) Idade de início: média de 13- 14 anos. Distribuição: início focal em um dos membros (86 a 90% dos casos) com generalização (70% dos casos). Acometimento crânio-cervical não é frequente.
Distonia primária – DYT1
DYT1- Distonia primária de início precoce
Lócus: DYT1 na região 9q34. Gene: TOR1A/ DYT1 (Ozelius, 1997). Proteína: Torsina A (ATPase) Mutação principal: deleção GAG no éxon 5. Heterogeneidade Genética: estima-se que 2/3 dos indivíduos com fenótipo típico apresentam esta mutação.
Marcadores
BR 40-G
BR 40-F
-
-
22 14 3 6 2 2 18 8 4 3 BR 40-E
D9S159 D9S2160 D9S2161 D9S63 D9S2162
(18 16) 5 7 1 3 0 18 3 5 BR 40-A
14 5 5 2 2
-
14 6 2 8 3
14 5 5 2 2
BR 40-B
-
+
14 6 2 8 3
(18 16) 5 5 1 2 0 10 3 6
BR 40
BR 40-C
+
18 14 5 6 1 2 0 8 3 3
BR 40-D
+
18 14 5 5 1 5 0 8 3 2
D. de Parkinson Coreoatetose Distonia primária
Não-afetado
DYT1 Anatomopatológico: ausência de neurodegeneração ou outros achados significativos.
Estudos bioquímicos: sugerem que o sistema nigro-estriatal esteja intacto, mas que haveria um aumento do metabolismo dopaminérgico.
PET: aumento da atividade metabólica nos núcleos lentiformes, no cerebelo e na AMS nos portadores da mutação (sintomáticos ou não).
Redução da densidade de receptores D2 no caudado e no putamen.
DYT1 Penetrância de 30 a 40%: Fatores modificadores genéticos e/ou ambientais?
Risch et al, Am J Hum Genetics 2007;80:1188Polimorfismo D216H: 216H – efeito protetor 216D em cis com a mutação: manifestação clínica
Torsina A Membro da superfamília das ATPases AAA+, que formam anéis oligoméricos e funcionam com chaperonas.
Localização intracelular: envelope nuclear e no RE. Pode mudar quando submetida ao estresse oxidativo e no caso de mutações.
Imunoreatividade: não se observou diferença entre os cérebros de mutantes e não mutantes. Em cérebros de parkinsonianos há intensa imunoreatividade nos corpúsculos de Lewy e uma forte associação com alfa-sinucleína.
Torsina A Modelo animal C. elegans: efeito neuroprotetor Camundongo transgênico: Interferência no transporte ou liberação DA Provável efeito dominante-negativo. Potencial utilização terapêutica de RNAi para silenciar a molécula com mutação.
DYT6- Distonia primária de fenótipo misto Distonia AD de fenótipo misto
Herança AD; penetrância 60%.
Inicialmente descrita em famílias Amish-Menonitas.
Idade de início: média = 16 anos ( varia de 5 a 62 anos).
DYT6- Distonia primária de fenótipo misto
DYT6- Distonia primária de fenótipo misto
Quadro misto: Início em um dos membros (50%) ou na região crâniocervical (50%). Início no MID é raro. Generaliza em 50% dos casos. Disfonia é importante. Inicialmente descrita em Amish Menonitas, atualmente identificada em diversos grupos étnicos.
Mennonite/Amish Family DYT6
Ozelius
DYT6- Distonia primária de fenótipo misto
•Lócus: 8p11.21 • Gene: THAP1 (Fuchs et al, 2009) • Mutação em 3 famílias Amish-Menonitas: inserção de 5pb seguida de uma deleção de 3bp no éxon 2 (efeito fundador). • Atualmente mais de 45 mutações descritas em diferentes etnias.
DYT6- Distonia primária de fenótipo misto
Brasil: um caso descrito, fenótipo muito semelhante ao DYT1, com início precoce e generalização.
Distonia – DYT6
DYT6- Distonia primária de fenótipo misto THAP1: função pouco conhecida ( possui um domínio de ligação de DNA, poderia interferir na transcrição de diversos genes).
Redução da densidade de receptores D2 no caudado e no putamen.
É provável que este gene venha a ter uma importância igual ou superior ao DYT1 na etilologia das distonias (identificado em 25% dos casos típicos e 1% nas distonais em geral).
301
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+ 5015
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?
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4012 4013 4014
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4017 4018 4019 40204021
+
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?
50175019 5020 50215022
B01
415
538 541
?
4008 4009 4010
?
5007 5010 5012 5013
Heterogeneidade genética
305
3014
o
40064007
+ 500150035005
414
528 530
?
4004
304
412 413
521 524 525 526
+
?
4003
?
211
303
3013
4002
?
210
?
?
5032 5033
201
B02
301
402 C01
C02
C03
D12 D13
E16
D19
E18
E25
E26 E27
E28
D20
E29 E30
D21
D22
E31 E32
E33
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409 411
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413
D25
E36
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D30 D31
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D33
F07 F08
F09 F10 F11 F12
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E42 E43 E44
E45 E46
o
E47
+ 309
F15
o
+
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430
+ 201
416
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D34
310 F06
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D23 D24
E34 E35
?
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+
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5023 5024 50255026 50275028502950305031
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o
+
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+
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+ o
440
o 441
+ 442
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+ +
+
538 562 563 564
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529 530
531 532 533 534
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+ 308
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+
+
202 524
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+
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+ 530
622
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+ 531
123
+
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+
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+
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+ +
630
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+
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+
632
541
624
536
625
425
+ 540
+ +
626
537
+
629
538
Laurie Ozelius
570 571
Tratamento O arsenal terapêutico ainda é extremamente limitado. Farmacológico Levodopa:DDR Anticolinérgicos Benzodiazepínicos Baclofeno Toxina botulínica Fisioterapia Fonoterapia Cirúrgico (DBS)> GPi bilateral
Testes genéticos Atualmente apenas o teste para DYT1 vem sendo empregado na prática clínica para aconselhamento genético e pré-implantação de embriões.
Outros genes: interesse científico.
Possíveis mecanismos moleculares TOR1A é um alvo direto de THAP1, mostrando uma via comum entre dois tipos de distonia primária.
Possíveis mecanismos moleculares
D.C. Bragg et al. / Neurobiology of Disease (2010)
Conclusões
Embora raras, as distonias primárias são o terceiro distúrbio do movimento mais comum. A identificação de vias funcionais comuns aos diversos modelos poderá proporcionar a descoberta de novos alvos terapêuticos, beneficiando inclusive outras formas de distonia.
Rede brasileira para o estudo das distonias Apoio FAPESP
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