A CONSTITUIÇÃO DO MÉTODO DE ENSINO INTUITIVO NA PROVÍNCIA DE SÃO PAULO ( )
July 18, 2017 | Author: Mafalda Carmona de Vieira | Category: N/A
Short Description
Download A CONSTITUIÇÃO DO MÉTODO DE ENSINO INTUITIVO NA PROVÍNCIA DE SÃO PAULO ( )...
Description
A CONSTITUIÇÃO DO MÉTODO DE ENSINO INTUITIVO NA PROVÍNCIA DE SÃO PAULO (1870-1889)
Analete Regina Schelbauer/UEM
O presente trabalho apresenta uma análise sobre a temática do método de ensino intuitivo. Tal análise foi desenvolvida com o objetivo de escrever a história da constituição do método de ensino intuitivo na província de São Paulo, identificando os primeiros vestígios, sua propagação, bem como os agentes educacionais que colocaram em circulação a idéia do método, os apoios e as resistências que encontraram, a fim de mostrar a constituição do método antes de ser consagrado oficialmente como símbolo da renovação pedagógica nas reformas republicanas da instrução pública. Para tanto, foi delimitado o período compreendido entre 1870 e 1889. Tal estudo foi realizado levando em consideração tanto o contexto histórico quanto os sujeitos que participaram de sua construção. A intenção metodológica foi abraçar a temática do método intuitivo na província de São Paulo, mostrando a peculiaridade do pedagógico, sem descuidar das múltiplas dimensões que inserem o método intuitivo no mundo social, político e cultural. As fontes que serviram de suporte à realização da pesquisa expressam essas diferentes dimensões. O corpus documental foi formado por diversos conjuntos de documentos, aglutinados a partir das várias dimensões nas quais o método intuitivo está inserido. Foram analisados desde documentos normativos até aqueles que se referem às práticas escolares, como relatórios de professores e inspetores da instrução pública, provas de normalistas e exames escolares; passando, também, pela imprensa periódica. O método de ensino intuitivo se constituiu como uma das mais importantes inovações pedagógicas da escola na segunda metade do século XIX, momento de propagação da campanha universal em prol da criação e difusão da escola primária de ensino obrigatório, laica e gratuita para as classes populares e a conseqüente organização dos Sistemas Nacionais de Ensino, consubstanciando a educação escolar como função do Estado. Feitas essas observações sobre o objeto e as inquietações que motivaram o estudo que se consubstanciou na tese de doutorado “A constituição do método de ensino intuitivo na província de São Paulo (1870-1889)”, cumpre destacar as principais questões oriundas do processo de sistematização e análise das fontes.
No primeiro momento, recuperamos o percurso do método de ensino intuitivo ou lições de coisas, na última metade do século XIX, na Europa e nos EUA, identificando os entendimentos e as estratégias que comandaram a produção desse saber pedagógico e a forma como foi colocado em circulação no plano mundial. O debate em torno do método intuitivo ganhou expressão como parte do movimento de difusão da escolarização das classes populares, num momento em que encontrar os meios para uma escolarização inicial eficaz se constituía numa das maiores preocupações daqueles que estavam envolvidos na organização dos sistemas nacionais de ensino. Esse método representou, juntamente com a formação dos professores, o núcleo central das reformas que estavam servindo de base para a organização do ensino popular em toda a Europa, assim como nas Américas. Em maior ou menor proporção, os princípios do método de ensino intuitivo estavam sendo introduzidos nos sistemas de ensino, abrangendo os jardins de infância, as escolas primárias e os cursos de formação de professores. O método intuitivo foi identificado como “o método do ensino popular”. Essa identificação pode ser contemplada no verbete Intuition e Méthode Intuitive, encontrado no Dictionaire de Pédagogie e d’Instruction Primaire, organizado por Ferdinand Buisson e publicado pela primeira vez no início da década de 1880: Se a intuição é o meio de conhecimento mais natural do qual dispomos, é este, entre todos que convirá ao ensino e por excelência ao ensino primário. Se, dentro da própria intuição, o que há de mais simples e fácil é a intuição pelos sentidos, é esta que deverá servir melhor à instrução elementar e começar de alguma forma a obra da educação infantil em todas as áreas. Enfim [...] se esta maneira de proceder é inerente ao espírito humano e constitui por sua vez o modo de afirmação mais legítimo e mais acessível a todos, será então realmente o método do ensino popular (Grifo nosso) (Tradução nossa) (BUISSON, 1912, p. 882).
Com esta tônica, a temática do método intuitivo ocupou lugar de destaque nos debates educacionais realizados nos Congressos Pedagógicos e nas Exposições Internacionais que marcam a segunda metade do século XIX1. Já na Exposição 1
Sobre as Exposições Internacionais ver Kulhmann Junior (2001).
Internacional de Londres, em 1851, o método intuitivo aparece vinculado à temática do ensino elementar do desenho. Volta a figurar nos debates educacionais da Exposição de Londres, em 1862, ganhando destaque na Exposição Internacional de Paris, em 1867, através das conferências proferidas por Mme. Pape-Carpentier2, as quais foram apontadas por Buisson (1912) como responsáveis por terem popularizado a expressão leçons de choses. Mas foi durante a Exposição da Filadélfia, em 1876, que a temática do método intuitivo esteve em maior evidência, como denota o Rapport sur l’instruction Primaire à l’Exposition Universelle de Philadelphie, organizado por Buisson (1878), enquanto Secretário da Comissão enviada pelo Governo Francês. O Rapport foi, sem dúvida, um dos mais importantes documentos sobre a Exposição realizada em comemoração ao centenário da Independência norte-americana e, sobretudo, um importante documento para aquilatar o desenvolvimento do método de ensino intuitivo e das lições de coisas nos Estados Unidos. Outro documento responsável por fazer circular entre nós a idéia do ensino intuitivo foi a Conférence sur l’enseignement Intuitif faite aux instituteurs delegues à l’Exposition de Paris, proferida por Ferdinand Buisson, em 1878. Nela Buisson (1897) aborda a polêmica gerada em torno do método de ensino intuitivo e das lições de coisas. Polêmica essa que colocava as lições de coisas ora como um processo aplicado a todas as matérias do programa, ou seja, como um método de ensino, ora como uma disciplina específica do currículo. Na Conférence Buisson esclarece que as lições de coisas poderiam ser desenvolvidas sob as duas formas, no entanto crítica a segunda, apontando a esterilidade que a prática das lições de coisas, como um exercício à parte, poderia produzir. Enfatiza a necessidade de que essas lições estivessem inseridas em todo o programa, seguindo a forma como os americanos empregavam as suas object lessons. Os documentos sobre os quais direcionamos nosso olhar revelaram que a compreensão em torno do método intuitivo não foi homogênea; inclusive nos países que o preconizaram. As polêmicas se ampliaram devido à disseminação das lições de coisas, principalmente a partir dos estudos de Pestalozzi, reconhecido, por Buisson (1897), como autor da teoria psicológica que serviu de fundamento para as modernas doutrinas educacionais. A aplicação mal feita dos princípios defendidos por Pestalozzi originou, de acordo com Buisson (1897), inúmeras distorções acerca das lições de coisas, dentre elas a de que
2
Sobre Mme. Pape-Carpentier ver Bastos (2003).
estimulariam uma aprendizagem sem esforços, adquirida por meio da simples observação das coisas ou por conversas agradáveis. Gerou, também, uma produção literária composta de manuais de lições, dentre os quais muitos primavam somente pela descrição dos objetos, ferindo os princípios do método. A pura descrição dos objetos e a mera observação não garantiam o aprendizado. Para Buisson, era necessário, sobretudo, apoderar-se do espírito das coisas, ir além da intuição sensível. Além de ser tema constante nos manuais de lições de coisas e compêndios de pedagogia, em circulação no período, o método intuitivo também figurou nos relatórios oficiais sobre a instrução pública em diversos países que se proliferaram a partir da segunda metade do século XIX. Merecem destaque os relatórios organizados por Celestin Hippeau, provenientes de suas viagens de estudo, como enviado do Governo Francês, em diversos países da Europa, Estados Unidos e República Argentina, com destaque para o copioso “Relatório sobre a Instrução Pública nos Estados Unidos”, o qual foi traduzido por ordem do Governo Imperial Brasileiro, em 1871, logo após sua publicação na França. No Brasil, tal debate também esteve presente nas discussões educacionais que ocorreram a partir da década de 1870, inserido no calor das questões políticas que marcaram o fim do império e nas propostas de oferta de educação às classes populares. Esse saber pedagógico desembarcou na bagagem de nossos intelectuais como um dos principais elementos da almejada renovação do ensino, sendo colocado em circulação através de publicações, congressos, projetos de reforma, pareceres e experiências de ensino. Na capital do império, tal discurso esteve vinculado, sobretudo, às iniciativas governamentais, tanto na legislação como nos fóruns educacionais que ocorreram nas décadas finais do século XIX. O tema suscitou uma intensa discussão em torno da reforma Leôncio de Carvalho, em 1879, e dos Pareceres de Rui Barbosa sobre a Reforma do Ensino Primário, em 1882, debate que pôde ser acompanhado também em outros fóruns como a Exposição Pedagógica do Rio de Janeiro, realizada em 1883 e nos Anais do Congresso da Instrução do Rio de Janeiro, publicados em 1884. Nesse âmbito, o método intuitivo recebeu a mesma tônica que se evidenciou no plano internacional, principalmente, nos debates entre Leôncio de Carvalho e Rui Barbosa acerca do caráter que o método deveria assumir na reestruturação do ensino público. A polêmica se dava também em torno da definição das lições de coisas, como matéria específica do programa ou aplicada a todo o ensino.
Acompanhar essa polêmica nos permitiu apreender as fontes nas quais esses intelectuais se apropriaram do conhecimento sobre o método intuitivo. As principais fontes citadas por Rui Barbosa e Leôncio de Carvalho referem-se à literatura francesa que trata do tema nas exposições internacionais e nos relatórios oficiais. Os principais documentos citados por esses autores fazem parte da literatura francesa, embora enfoquem o sistema de ensino americano. Bastos (2000, p. 88-89) assinala como interessante o fato de a apropriação das inovações do sistema educacional americano ter-se dado por dois relatórios elaborados a partir de um olhar francês, Buisson e Hippeau, aventando a hipótese “[...] de que o olhar francês fortalecia duplamente para a intelectualidade as inovações necessárias a serem implantadas na sociedade brasileira. Isto é, se os EUA as adotaram e os franceses as aplaudiram, porque não fazer o mesmo no Brasil?” Tal hipótese, em nossa opinião, pode ser afirmada quando a referência é à capital do império, todavia, em se tratando da província de São Paulo, pelo que indicaram as fontes, o olhar francês não tinha a mesma ênfase para os intelectuais ilustrados da província. Em São Paulo, predominou o sentimento de “americanofilia”, destacado por Hilsdorf (1977, 1986). Já na província de São Paulo, diferentemente da capital do império, os fóruns onde o método foi colocado em discussão e circulação, inicialmente, não se vinculavam às iniciativas governamentais, mas, sim, às iniciativas de particulares3. Pode-se dizer que as páginas iniciais do método intuitivo estiveram vinculadas a “personagens-chave” 4, envolvidos na organização do novo regime político, mas cuja atuação remonta as últimas décadas do Império nos planos político, cultural e educacional. Entre esses personagens destacam-se nomes como João Kopke, Rangel Pestana, Silva Jardim, Américo de Campos, Américo Brasiliense, Elias Fausto Jordão, Júlio Ribeiro, os irmãos Prudente de Moraes, Leôncio de Carvalho, dentre outros. Esses personagens, nos diversos campos em que atuaram, fundaram um discurso em torno do método intuitivo e implementaram algumas iniciativas práticas, especialmente no âmbito das escolas particulares, e apoiaram as
3
4
É preciso frisar que nosso estudo sobre o método na capital do império visou apenas balizar a discussão. Não intentamos fazer aqui uma análise comparada, em face de peculiaridades das fontes abordadas. Termo utilizado por Carvalho (1998, p. 40) ao analisar o papel dos intelectuais brasileiros. “Assíduos viajantes e leitores ávidos”, tiveram o sentido de remodelar o imaginário e as práticas pedagógicas no país, constituindo-se como “[...] personagens-chave na elucidação dos processos materiais de produção, circulação e apropriação dos saberes pedagógicos no Brasil.”
experiências vinculadas aos protestantes norte-americanos, que traziam em sua bagagem as inovações de ensino pelas quais os intelectuais paulistas estavam ávidos. Seguir a trajetória dos personagens que se envolveram nesse debate é acompanhar o percurso inicial da constituição do método intuitivo. Eles atuavam como fundadores de escolas, diretores, professores, conferencistas ou simplesmente como divulgadores do método. Eram “intelectuais ilustrados” que assumiam uma posição de vanguarda na defesa da instrução pública e das inovações que marcaram o espírito das últimas décadas do século XIX, na província. A atuação desses personagens no plano político, cultural e educacional estava vinculada à oposição ao regime monárquico e à educação oficial, essencialmente de cunho religioso. No programa dos candidatos republicanos paulistas estão traduzidas as idéias que marcariam os debates e iniciativas educacionais por eles empreendidos durante as décadas de 1870 e 1880: a educação popular, sob o ponto de vista positivo, voltada ao ensino científico, a liberdade de ensino e a inspiração no modelo americano. Essas idéias encontraram na província de São Paulo um terreno propício ao desenvolvimento da iniciativa particular no âmbito educacional, tanto de origem leiga quanto de origem protestante. A formação dos mestres e a adoção dos preceitos do método de ensino intuitivo se constituíram nos principais focos de atenção desses intelectuais nas experiências por eles empreendidas, bem como nos espaços onde puderam colocar suas idéias em circulação. Tais agentes ocuparam as páginas dos principais jornais republicanos da província para divulgar as inovações educacionais em circulação nos países europeus e nos Estados Unidos. O método intuitivo teve espaço garantido entre essas inovações. As conferências pedagógicas, abertas ao público e empreendidas através das escolas particulares, constituíram-se, também, num importante espaço para a divulgação das inovações pedagógicas. Ao desenhar os primeiros traços da constituição do método de ensino intuitivo na província de São Paulo, ficou evidente que o discurso em torno desse método respondeu a finalidades políticas relacionadas à implantação do novo regime. Ao mesmo tempo foi possível vislumbrar, através dos relatórios dos professores públicos de primeiras letras e das inúmeras realizações desenvolvidas no âmbito do ensino particular, sinais singulares do uso do método de ensino intuitivo nas práticas escolares, antes mesmo de sua
consagração oficial como símbolo das reformas republicanas da instrução pública, o que nos permite afirmar que “as idéias estavam no lugar”.
Referências Bibliográficas ATAS E PARECERES do Congresso da Instrução do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Tipografia Nacional, 1884. BARBOSA, R. Reforma do ensino primário e várias instituições complementares da instrução pública. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Saúde, 1947 (Obras Completas, vol. 10, t. 1-4). BARROS, R. S. M. A ilustração brasileira e a idéia de universidade. Boletim. São Paulo: USP/FFCL, n. 241, 1959. BASTOS, M. H. C. Marie Pape-Carpentier (1815-1878). Porto Alegre, 2003a. (mimeo). BASTOS, M. H. C. Permuta de Luzes e Idéias. Anexo 1. Obras de Marie Pape-Carpentier. Notícia resumida. Porto Alegre, 2003b. (mimeo). BASTOS, Maria Helena C. Ferdinand Buisson no Brasil – Pistas, vestígios e sinais de suas idéias pedagógicas (1870-1900). Pelotas: Editora da UFPel. Revista História da Educação, número 8, setembro de 2000, p.79-109. BRASIL. Decreto n. 7247, de 19 de abril de 1879. Reforma do ensino primário e secundário do município da Corte e o superior em todo o Império. Atos do Poder Executivo. Rio de Janeiro: Tipografia Nacional, 1879. BUISSON, F. (dir.) Nouveau dictionaire de pédagogie et d’instruction primaire. Paris: Hachette, 1912. BUISSON, F. “Conférence sur l’enseignement intuitif. Conférences pédagogiques faites aux instituteurs delegues à l’Exposition Universelle de 1878. Paris: Librarie Ch. Delagrave, 1897. BUISSON, F. Rapport sur l’instruction Primaire à l’Exposition Universelle de Philadelphie en 1876, présenté à M. le Ministre de l’Instruction Publique au nom de la Commission Envoyée par le Ministère à Philadelphie.. Paris: Imprimerie Nationale, 1878. CARVALHO, M. Por uma história cultural dos saberes pedagógicos. In: SOUZA, M. e CATANI, D. Práticas educativas, culturas escolares, profissão docente. II Congresso Luso-Brasileiro de História da Educação. São Paulo:Escrituras, 1998. HILSDORF, M. L. S. Francisco Rangel Pestana: jornalista, político educador. Tese (Doutorado em Educação). São Paulo: Faculdade de Educação da USP, 1986.
HILSDORF, M. L.S. B. Escolas americanas de confissão protestante na província de São Paulo: um estudo de suas origens.Dissertação (Mestrado em Educação). São Paulo: Faculdade de Educação da USP, 1977. HIPPEAU, C. A instrução pública nos Estados Unidos. Traduzido e publicado por ordem do Governo Imperial no Diário Oficial do Império do Brasil. Rio de Janeiro: Livraria Econômica Francisco José Alves, 1871. KUHLMANN JR., Moysés. As grandes festas didáticas: a Educação Brasileira e as Exposições Internacionais 1862-1922. Bragança Paulista: Editora da Universidade São Francisco, 2001. JULIA, D. A cultura escolar como objeto histórico. Trad.: Gisele de Souza. Revista Brasileira de História da Educação. Campinas: Autores Associados, vol. 1, pp. 9-43, jan./jun., 2001. PRIMEIRA Exposição Pedagógica do Rio de Janeiro. Documentos. Rio de Janeiro: Tipografia Nacional, 1884. SCHELBAUER, A. R. Idéias que não se realizam. O debate sobre a educação do povo no Brasil de 1870 a 1914. Maringá: EDUEM, 1998. SCHELBAUER, A. R. A constituição do método de ensino intuitivo na província de São Paulo (1870-1889). Tese (Doutorado em Educação). São Paulo: Faculdade de Educação da USP, 2003. VALDEMARIN, V. T. Método intuitivo: os sentidos como janelas e portas que se abrem para o mundo interpretado. SOUZA, R. F.;VALDEMARIN, V. T.; ALMEIDA, J. S. O legado educacional do século XIX. Araraquara: Unesp, p. 63-105, 1998. VALDEMARIN, V. T. Estudando as lições de coisas: análise dos fundamentos filosóficos do Método de Ensino Intuitivo. Campinas: Autores Associados, 2004.
View more...
Comments